junho 29, 2008

Os santos do dia

Dia lindo, não? E nada melhor do que um almoço na confraria do nhoque criada pela Ariela e pelo Caio. Uma delícia, comida boa, uma casa super aconchegante e um carinho a toda prova. A Ariela é da família que criou e gerencia o Tanger, restaurante de comida marroquina e mediterrânea na Vila Madalena. Quem já esteve lá, sabe do que estou falando, quem não conhece, está esperando o que?
Mas, voltando para o nhoque, eu já participei de vários jantares no dia 29, com o ritual do dinheiro debaixo do prato, mas hoje aprendi que a lenda, na verdade, vem do andarilho São Pantaleão (deve ser parente da Andarilha) que num 29 de dezembro passava em um vilarejo na Itália e bateu à porta de uma casa pedindo comida. Apesar de muitos e sem recursos, a família dividiu com ele o nhoque cabendo a cada um sete pedaços da massa. Quando o santo foi embora, eles perceberam que embaixo de cada prato havia bastante dinheiro e conseguiram prosperar a partir daí. Valeu pelo maravilhoso almoço em um quintal de uma casa que nos remete para infância, brincadeiras e diversão.
Quando tudo isso acontece ao lado de pessoas queridas e interessantes, tudo vale mais a pena. E melhor ainda quando você tem uma seqüência de frases e pensamentos genuinamente originais circulando nas conversas. E bons motivos para rir.
Ontem a minha noite foi familiar em uma festa junina deliciosa na Granja Viana. Era, na verdade, a festa antecipada de São Pedro, que se comemora hoje. Mas não faz mal, viva assim mesmo. A todos os Pedros, inclusive aos que escolheram usar esse nome. Melhor ainda se foi para homenager o meu criador, Almodovar.
Foram duas belas escapadas de uma rotina de trabalho maluca.
Uma boa semana para todos porque eu me recolho novamente, perdida em um mar de palavras, frases e parágrafos que eu preciso muito que façam sentido. Qualquer hora, qualquer dia, volto.

junho 27, 2008

El vendedor de alcatraces


Adoro essa tela do Diego Rivera. Só postei aqui porque eu queria olhá-la. Não tenho muito a dizer. Bom fim de semana para todos.

junho 26, 2008

Tudo acaba em tango

Diante de muitas discussões sobre as preferências masculinas e femininas que acabei envolvida em estado febril, e da minha necessidade de mudar o rumo dessa prosa, coloco um vídeo que espero que agrade a todos. Ao mundo masculino porque traz o ícone de um atributo que eles gostam muito. Ao feminino porque traz ele, Richard. Mas, sobretudo, porque traz o tango eletrônico do Gotan Project, que eu gosto muito e já coloquei aqui antes. Shall we dance. Relaxem e vivam a harmonia, se é que esse é o nome que melhor cabe aqui. "Don´t say anything, don´t think".

junho 24, 2008

Osmose





















Dia improdutivo e de muitos vírus. Temperatura externa, muito frio em São Paulo e muito calor em Nova York. Interna, who knows? No meio do caminho, a belíssima foto do Patrick Nosetto que deve estar ardendo no verão de Marseille. Enquanto a febre estala na minha porta. Um vinho para abrir a sessão dos prazeres lícitos e ilícitos. E, como diz Alice Ruiz, o que importa o sentido se tudo vibra? Curtam o belo enquanto o mundo delira.

junho 23, 2008

Flash, flash, flash...

Quando eu caí na Costa do Sauípe e me transformei naquela ogra que teve de ficar recolhida na caverna para fugir da visitação pública dei graças a Deus de não ser famosa. Imaginaram as fotos na Caras dos meus lábios leporinos? Assim mesmo, Redneck ainda me ameaça com uma que foi tirada quando eu estava comprando Hirudoid. Pode alguém mais desalmado?
Mas não deve ser fácil ter de refazer a maquiagem e passar batom toda vez que você vai à padaria. Existem, entretanto, aquelas que deitam e rolam com esses flashes. E mesmo sem ter ido ao SP Fashion Week por conta de uma gripe que me derrubou não podia deixar passar o nosso cartão postal, não? Perfeita. E domina as câmeras como ninguém. Acho que já brincava com elas no berço. Mamadeira, click, mamadeira, outro click. E ela ficou tão "nossa" que o povo perdeu a vergonha, e a educação, e a chama de gostosa durante o desfile.
Um amigo me disse que no último Saia Justa, quando citaram o nome de Gisele a Maitê Proença a chamou de vaca em tom de brincadeira. Eu prefiro acreditar que ela quis apenas simular um despeito porque, na verdade, despeito eu posso ter, não ela.
Mas é normal as mulheres morrerem de inveja da moça que acumula tudo que se aspira nesse mundo muderno, bonita, gostosa, milionária e sempre com a cama muito bem feita. E ainda tem preocupações sociais, o que é mais gracinha já que podia nem pensar nisso, não? E, como se não bastasse, é amiga do Eddie Vedder, essa sim a minha maior razão, talvez a única (não me chamem de falsa, please), para ter inveja dela. Aposto que ela já tem a pulseirinha vip para o show de amanhã no Madison Square Garden.
Eu tenho uma teoria sobre ela, nunca mais Gisele vai colocar seu pezinho nesse mundo de novo. Não sou espírita mas tenho certeza que ela está na sua última "encadernação". Muito bem paginada, mas a última. Deve ter sofrido o cão nas outras encarnações e fez por merecer o que tem agora. Respeito. E nós, mulheres mortais, pensemos na próxima, tá? E se ainda valer a máxima do Tutty Vasquez de quem gosta de privacidade é mulher feia o melhor é pagar logo todos os carmas.

Tombo
Sei que não tenho moral, já caí em circunstâncias das mais estranhas, mas todo mundo ficar sabendo que você caiu da cama e quase fraturou a clavícula? Não dava para dizer que escorregou na rampa, Marisa Letícia?

Suíço
Não sei como demorei tanto para ter essa informação. E por que meus amigos não me contaram? Ovomaltine tipo suíço foi retirado do mercado brasileiro? Meu Deus, quando me lembro daquele milkshake. Mas era só 0,01% do mercado. E não acho difícil que isso tenha ocorrido. Insisti muito com minha filha para ela tomar Ovomaltine mas ela sempre deixava de lado e pedia Nescau. Assim deve ter acontecido com tantas outras crianças. Apesar de que há muito tempo não tomava eu gostava de saber que ele estava à mão. Não é só um achocolatado que vai embora, são memórias. Agora vai ser um tal de pedir para amigo trazer algumas "latas" de viagem ao exterior.

Etapas
Eu calculo quatro. Mas me dizem que podem ser resumidas, atualmente, em três. Há quem aposte em apenas duas. Mas, afinal, quantas etapas existem entre os primeiros passos da sedução e a paixão para valer? Não estamos falando de sacanagem. Eu acho que nada que a inteligência, o charme e o bom humor não consigam encurtar. E a pegada, claro, porque essa não há de faltar, please.

Will still love me tomorrow?
A versão belíssima com a Amy Winehouse. E vem bem a calhar. O melhor é que tem apenas o áudio já que não sabemos o estado que ela se encontra hoje, não? Não tenho nada com a vida da moça só torço para que não desperdice seu talento.

junho 22, 2008

A boa madrasta

Para todos aqueles que cresceram com as apavorantes fábulas dos irmãos Grimm sendo sussuradas nos seus travesseiros a figura da madrasta só poderia ser mesmo a encarnação do mal. Atualmente, a categoria não poderia estar mais em baixa. Mas sempre acho importante os esforços para resgatar essas mulheres da fogueira que vira e mexe são jogadas. E que fique bem claro que não faço isso em defesa própria. Já fui (quase) madrasta por um tempo. E não fui nem boa nem má. Fui completamente neutra. Mas essa foi uma estratégia adotada pelo casal para garantir o mínimo de sobrevivência (a minha,em última instância) face ao ódio da ex que eu era alvo só pelo fato de respirar, de existir.
Mas a minha experiência com madrastas só me fez valorizá-las. Minha mãe foi criada por uma, a Madi. Para mim ela sempre foi uma figura enigmática, pouco falava e, aparentemente, pouco interferia. Seu maior prazer era jogar cartas e roubava como ninguém.Mas, diante de sua autoridade, ninguém tinha coragem de denunciá-la. Abusava disso. Mas era uma pessoa do bem, a seu modo cuidava de todos, torcia, se orgulhava das nossas conquistas e ficava muito brava quando aprontávamos. Como qualquer avó.
Mas é uma outra que me leva a defender essa situação que as mulheres são obrigadas a enfrentar não por escolha própria mas por conta das circunstâncias: a madrasta da minha filha. Uma pessoa alto astral mesmo diante de todas as adversidades (e olha que elas não faltaram), batalhadora, companheira, carinhosa, cúmplice e firme em seus princípios. Um pouco maluquinha mas, na verdade, falo isso com pouca, ou nenhuma, autoridade. E é uma ótima mãe. Eu agradeço por minha filha poder contar com seu apoio incondicional e por terem se tornado as amigas que são hoje.
Por conta disso faço questão de lembrar que sempre há bem e mal envolvido em todo tipo de relacionamento humano. Mas não se deve partir do princípio que só há mal. E essas mulheres não podem ficar reféns de todos esses pimpolhos que acompanham o noticiário na TV e ameaçam gritar "a janela, a janela" assim que a madrasta lhes chama a atenção pela bagunça que deixaram no quarto. Como minha filha, muitos deveriam saber aproveitar melhor essa oportunidade. Pode ser um presente, prestem atenção.

Timeless Melody
Em dia que madrasta faz um bazar aqui no meu pedaço, deixo aqui uma música para alegrar o domingo. Com LA´s. E quero muito que seja tocada no show.
Esse som só tem o áudio e esse olho parecido com o da Patty. Aproveito para começar a me despedir daquela foto. Logo, logo, muda a minha identificação.

junho 20, 2008

A entrega

Talvez nem Freud explique. Ou Jung, que sempre me entendeu melhor. Eu sei que eles me pedem há algum tempo para entregá-la, mas porque resisto tanto? Talvez para não admitir, de uma vez por todas, o caos que tomou conta de mim. Talvez seja um daqueles atos idiotas de rebeldia que, no fim, nos deixa aquela sensação de vazio por não saber, exatamente, contra o que estávamos lutando. Ou de apego exagerado. Ou, como apostariam alguns, por pura ignorância.
Mas como entregá-la docemente, sem resistir? As lembranças do tempo que estivemos juntas não têm preço. A sensação de liberdade com a brisa no rosto enquanto seguíamos na estrada com a música estalando nos ouvidos. O prazer de exercer até o último estágio o direito de ir e vir por onde bem entendessemos. Por muitos anos ela foi minha grande companheira, minha cúmplice, minha testemunha.
Mas é chegada a hora, eu sei. Hoje, na prática, ela não representa mais nada. Pálida, sequer poderá me defender se eu precisar de sua ajuda. Não tem mais forças, deixou de existir. E seus carrascos, por minha culpa, a querem, exigem, ordenam. Para eles, só consigo pensar em um verso da letra de Guarantee, do Into the Wild, sim, eu conheço as regras, mas as regras não me conhecem.
Ok, vocês venceram. Eu cumprirei minha pena e, enquanto isso, vocês serão os desalmados guardiães da minha carteira de motorista. Me apresento na próxima semana, com lágrimas nos olhos e uma pontuação excessiva. Mas eu voltarei, ah se voltarei. E ela voltará comigo. Me aguardem. E, então, comecem a contar tudo de novo.

The saints are coming
"E não importa o quanto eu tente, percebo que não tenho resposta". Mas vale o mantra, estão chegando, estão chegando....U2 e Green Day juntos na música que gravaram para as vítimas do Katrina. Mas os santos chegam para todos, não?

junho 19, 2008

Os guerrilheiros verdes

A Andarilha me passou o site Guerrilla Gardening que saiu em uma matéria do Globo no sábado. Ele foi montado por um publicitário londrino que passou a se dedicar ao movimento de "invadir" praças, parques ou qualquer área com terras abandonadas e maltratadas para plantar um jardim no local. Essa guerrilha é bem antiga e o termo nasceu em Nova York, há 30 anos, com os Green Gerrilas (com um L só mesmo). E tem proliferações por vários lugares do mundo e a lista de links é grande, Berlin, Toronto, Bruxelas e outros tantos. Há, inclusive, um link para o clean grafitti em São Paulo de Alexandre Orion.
No site, mostrando as iniciativas em Londres, já são quase 30 projetos de restauração de jardins e praças -- como o da foto -- inclusive muitos no centro da cidade, ao lado de paisagens belíssimas, que estavam abandonados. O site traz várias dicas para você estabelecer sua estratégia de se tornar um guerrilheiro da jardinagem. Primeiro, claro, escolher um lugar de terra abandonada. Você vai se surpreender, diz o site, com o tanto de lugares assim que você vai encontrar depois que começar a prestar atenção. Em seguida, marque na sua agenda uma data para o ataque noturno, estabeleça uma estratégia, procure fornecedores locais para as plantas que, lembrem-se, precisam resistir a uma série de intempéries, proteja seus sapatos com sacos plásticos, leve muitas, muitas sacolas, e uma série de outras providências. Até um cartaz simulando uma mulher é bom para distrair os policiais ou para dar a impressão de que você procurou um local ermo com intenções mais carnais e não tão pueris. Vale a pena conferir.

Não parem a medicação
Se por um lado você tem iniciativas como essa, por outro tem hora que dá vontade de perguntar se o mundo anda tomando sua medicação. Não vou nem falar da pobreza e da fome porque isso todos nós sabemos. Mas de como as pessoas estão enlouquecidamente gastando a grana que possuem. Não é que um cara não sei de onde ofereceu US$ 1 milhão pelo demo do novo CD do Axel Rose. Lembram-se? Aquele que já era para ter sido lançado há séculos? O bom é que ele talvez doe esse dinheiro para a caridade e não para o Axel. Isso se o doidaço concordar, claro. Mas se tem essa grana para doar, porque já não fez isso?

Titanic
Nessa mesma linha do mundo executando operações ilegais mais um colete salva-vidas do Titanic vai para leilão. E a expectativa é de que seja arrecadado até US$ 80 mil. O último, leiloado em Londres, foi vendido por US$ 119 mil. Mas o que leva alguém a pagar um tanto desses por um colete que nem deve ter salvo ninguém? Segundo o leiloeiro o colete é tão pesado que sobreviventes ou vítimas devem ter quebrado o queixo ou o pescoço logo que caíram na água.
Eu passei por Cobh, a cidade irlandesa onde tem o memorial do Titanic. Aliás tudo, restaurantes, bares, lojas, tem fotos, mapas, e o escambau do famosésimo. E eu me perguntava porque tanta comemoração só pelo fato de ter sido a última cidade onde eles ancoraram antes do barco afundar? Mas, claro, me esqueci dos coletes.

Wish
Tem algo que eu torço para reconhecer quando encontrar. Lucky star in your eyes.

I believe in miracles
Because i´m one.
Só por conta disso, e como eles estão em tour, um cover dos Ramones pelo Pearl Jam em São Paulo.

junho 17, 2008

Tranqüilidade

Eu gostaria de ser uma pessoa totalmente zen. Nada melhor, não? As bombas estourando do seu lado e você aproveita o fogo para acender um cigarro. Ou um baseado, se for ainda mais desencanado. Infelizmente, muitas dessas pessoas têm atos que são considerados completamente idiotas pelo mundo estressado e esperto que nunca perdoa.
Eu pensei nisso quando vi a história do ladrão de supermercado em Frankfurt que conseguiu escapar depois de ter sido algemado. Os guardas o prenderam a um corrimão e foram atrás dos outros. Na volta ele tinha fugido. Sim, escapou com algemas presas a um corrimão.
Mas, sempre tem um mas, o cara deve ter ficado incomodado com aquela pulseirinha que não tinha nada de vip e pensou "como me livrar dela?". Claro, com a própria polícia. E, provavelmente confiando no seu charme e no seu ar inocente, foi a um posto policial, contou que tinha sido preso em uma brincadeira entre amigos e pediu para que os soltassem. Os policiais acharam engraçadinha a conversa e o soltaram. Até que um mais esperto ligou aquilio à fuga de um ladrão e o prendeu. E esse foi o triste fim de um ladrão desencanado. Ou idiota, como podem achar. Mas, e se tivesse dado certo?
Não é muito pior que o ladrão no México que engoliu um bracelete de ouro para esconder a prova do crime e os policiais o encheram de laxante durante uma semana. Melhor ainda são aqueles que roubaram toneladas de Guiness na porta da fábrica em Dublin. Ou seja, há malucos e desencanados para todos os gostos.

Rio
Já por aqui o buraco é maia profundo, não? Não sei se desculpas, adiantam, mas que tal mais explicações do Exército sobre o que aconteceu no Rio?

Stephanie Toth
A menina tem 16 anos, tem composições próprias que ainda não ouvi. Ela esteve no Sesc Vila Mariana há uma semana. Esse vídeo foi em uma session do Poploaded, o programa do Lúcio Ribeiro no IG. Ele fala mais dela no seu blog. A música é Fox in the Snow, do Belle & Sebastian. E ela consegue, como diz o próprio Lúcio, transformar a música da banda escocesa em canção para soluçar. Mas é uma graça.

junho 15, 2008

Fragmentos de uma festa junina

Junho. Tempo de lembrar do interior que mora dentro da gente. Mesmo dos paulistanos. E mesmo sem quase enxergamos o céu direito não tem como não sentirmos o cheiro das cocadas, da canjica, das tortas de milho, do quentão, do vinho quente...E São Paulo faz sua festa, em bairros, escolas, paróquias. E em adoráveis vilas. Ontem eu fui a uma festa em uma pequena vila da Vila Madalena que estava perfeita. O carinho com que foi preparada estava em todos os cantos. Show de simpatia e acolhimento, by Letícia e Ricardo, entre outros. Coloco algumas fotos aqui, mas já peço um desconto porque a luz era pouca e o celular estava molhado. É isso, molhado. Mas boralá, não Aurora Boreal?







E sem faltar a linda Iemanjá que a Letícia trouxe de Salvador na mala.

junho 11, 2008

Valentine´s Day

São momentos, não têm uma lógica. Poderia ser romântica, melosa ou sedutora do começo ao fim. Mas não seria eu. É claro que tem aquele momento delicioso da viagem nos olhos do outro, do toque, das sensações, mas tem também a hora de dançar e rir muito. Ou chorar. É a vida. Essas músicas ficam próxima de uma seqüência de Valentine´s Day que vivi. Porisso ninguém irá gostar do começo ao fim. A não ser eu, claro. Espero que curtam a maior parte, ou parte, ou quase partes. Mas, em todo caso, amem muito amanhã com a trilha sonora de vocês.



Mixwit

junho 08, 2008

Lições no limite do suportável

Existem várias maneiras de você descobrir coisas sobre a vida e sobre você mesma. Depende do caminho que você escolhe. De volta da Costa do Sauípe, percebi que posso estar escolhendo o mais difícil.
A primeira lição foi entender o que aconteceu com minha mãe quando ela caiu há algum tempo e esfolou completamente seu rosto, levando três pontos na testa, inclusive. Eu me perguntei na ocasião, como ela não protegeu o rosto? A resposta veio com a minha própria queda, saindo da praia e pegando o caminho que levaria para meu quarto. É simples, como um saco de batatas sendo jogado em queda livre, se você forçar o braço para tentar atenuar, corre o risco de quebrá-lo. Então, o melhor é deixar cair tudo que tiver de cair e rezar para que o estrago não seja tão grande.
O estrago foi menor do que imaginei na hora mas enorme para a vaidade humana. Minha boca inchou, meus lábios pareciam leporinos, como bem observou um amigo, e ganhei manchas roxas que formaram um bigode. Sim, um bigode que quase se assemelhou ao de Salvador Dali mas ficou tímido no meio do caminho. O que pode até ter sido pior.
Daí outra lição aprendida, a vida das mulheres bigodudas não é fácil. As pessoas chegam perto de você para te cumprimentar com um sorriso, ao perceberem que tem algo diferente começam a recolher a saudação e você nota claramente a hora que a boca passa do esboço de um olá descontraído para o oh!!!! que ainda tenta ser disfarçado. E o pior são as recomendações, passe um corretivo e uma base que melhora. E quando você responde que já está com corretivo e base não há quase mais nada a dizer. A não ser as mais incentivadoras que ainda se oferecem para emprestar uma base mais escura, se for o caso. Mais um pouco e me ofereceriam tinta.
Para evitar constrangimentos para todos, o melhor foi o dragão se recolher à sua caverna e passar mais tempo lendo, escutando música e conferindo se o movimento das ondas do mar estava no ritmo. E aí chegam os amigos, os conhecidos, os que te trazem remédio, ajudam a limpar o sangue espalhado no quarto e na roupa, os que te distraem e te paparicam. Três muito queridos, Red, Mari e Haru, levaram o monstro para almoçar na vilinha para que ele ficasse longe da visitação pública no almoço na prisão, sorry resort. E daí não dá para não rir da sua própria desgraça com as observações sarcásticas sobre a lamentável situação. Mesmo que isso custasse mais dor nos lábios leporinos. Mas, ainda bem que sobra o humor. E aí não há nenhuma lição, mas a constatação do que eu sempre soube, amigos valem ouro.
Vale ainda registrar a cara da arrumadeira que chega no seu quarto quando você ainda tenta descobrir de onde vem tanto sangue. Sim, porque faz tanto tempo que não vejo algo assim. De dois cortes na mão devem ter jorrado litros, sem contar joelhos, cotovelos e sei lá mais o que. Meu Ipod ganhou um tom avermelhado em instantes. Meu celular, nem fale. O chão foi todo tingido e não havia mais uma toalha sequer branca. A cara da moça baiana era algo do tipo "onde será que ela escondeu as partes do corpo que foi esquartejado aqui?"
E o hotel te manda, no máximo, uma água oxigenada, um pouco de gaze e esparadrafo fininho. Só. Band aid, só depois de implorar muito. Gelo? Vamos ver se conseguimos. Se eu fosse associada da Previ pediria uma auditoria imediata para entender porque tanto dinheiro foi colocado naquele empreendimento falido que nem texano em férias coloca no seu roteiro. Se querem saber mais sobre o atendimento e a péssima comida, confiram no Redneck. Se não fosse nossa escapada para a Praia do Forte, na sexta, tudo teria ficado asfixiante demais naquele lugar.
Voltando para o tombo, o mais engraçado foi o momento que ele aconteceu. Sentada debaixo de um coqueiro eu escutava música, concentrada naquele vai e vem das ondas, buscando uma sintonia que eu tinha perdido na véspera, por algum motivo estranho. E não era com alguém, com alguma coisa, ou conexões divinas, era comigo mesma. Na hora que achei que a tinha restabelecido, me levanto para voltar para o quarto e, literalmente, quebro a cara. Ou seja, mais do que a sandália que fica presa e te derruba, tem algo mais no ar do que helicóptero levando bala perdida, como diz a Kriko.
Enfim, é bom estar de volta e ver seu porteiro predileto deixar a portaria por instantes para trazer suas coisas até o seu andar, mesmo que você não esteja mancando ou sem condições de andar. E mesmo se estivesse, o elevador está aí para isso. Mas só para te fazer um carinho. Home, sweet, home.

junho 04, 2008

Aquarela

Tem músicas que atravessam uma vida com a gente. E sempre que a escutamos é inevitável um sorriso nos lábios. Não tem? Essa é uma. Ela me lembra minha mãe, professora, que ensaiava com seus alunos. Minha filha, que tinha o vinil. Mas hoje ela é dedicada para o Rafinha, um fofo que está completando três semanas. Parabéns, gatinho.
Curtam Toquinho enquanto eu faço as malas para uns dias na Bahia.

junho 03, 2008

Fever, fever

Nada pode ser agradável quando você passa o dia na cama com mal estar e febre. Muito menos o Telecine. Dou um desconto porque não consegui ver nada do começo ao fim. Mas não precisava, na verdade. Era um desfile de filmes mal feitos, mal dirigidos e com roteiros duvidosos.
No meio de tudo isso, várias chamadas para Turistas, o filme tipo Pânico 1, 2 ou 3, que se passa no Brasil. Filme polêmico que mostra macacos nas praias, quadrilhas de traficantes de órgãos, onde um médico até chega a dizer que faz isso para lutar contra o imperialismo do primeiro mundo. Afe !!!!
Acho que escolha desse filme deve ter sido algo do tipo, como podemos piorar mais nossa grade? E não é nem a questão da imagem do Brasil, o vale-tudo de terror que o filme passa. Tem muitos filmes nacionais, que fizeram sucesso lá fora, que mostram a realidade brasileira da violência, do quão pouco pode valer a vida de alguém. Mas alguns desses filmes fazem isso com maestria, com qualidade. Mas Turistas? É mais um massacre da serra életrica tropical e se a programação já é ruim, é para afundar de vez.
Já o Canal Brasil anda com uma boa programação de documentários e de programas independentes que vale a pena dar uma olhada.

Delírio
Mas ver o que está acontecendo no mundo, febril, não dá boa coisa...fico sem saber o que pensar da caça do Minc ao boi pirata...vai tudo para o Fome Zero?... febre...então resolvido o problema da fome.. que calor...e o pior do desmatamento ainda está por vir, ministro?...mal estar...roubaram as cinzas do Kurt Cobain?... febre de novo...tomara que não seja para cheirá-la, como o Keith Richards diz que fez com o pai dele...suando...lá se foi Bo Diddley, o avô do rock da guitarra quadrada...só piora...um serial killer chamado Spider que morre de medo de aranha...39,5 graus...Along Came a Spider com Alice Cooper, harmônica de Ozzy Osbourne... e guitarra do Slash...não perco por nada...Hillary, último dia, hem? ...joga a toalha logo...melhor tomar outro banho...Rock in Rio de volta para o Brasil em 2014....ai,ai...junto com a Copa?...e pode ser que aconteça em São Paulo?... e vai chamar como?...Rock in Rio São Paulo?...melhor tomar logo outro antitérmico.

Killing me softly
Fugees com Lauryn Hill. Assisti ao show dela em São Paulo, que começou com duas horas de atraso mas valeu a pena esperar. Ainda mais com tanto Proseco. Esse vídeo foi um momento de saudades de Ai ai ai, que está de malas prontas para a França e Noruega. Boa viagem, amor.

Outono

Eu me apaixonei por essa foto do Patrick Nosetto, fotógrafo que vive em Marseille. Não parece um quadro impressionista? Ele tem um portfolio incrível com fotos de pássaros maravilhosas, que outra hora coloco aqui. E como precisamos treinar os nossos olhos para o belo, acho que essa é uma boa contribuição.