maio 26, 2009

E (quiçá) la nave va

Não tem dias que a gente se sente assim? E nem precisa ser vizinha da usina de Angra II para ter essa sensação.

Who´s the boss?
Eu não tenho cachorros. Mas, de vez em quando tenho uma hóspede em casa: Maia, a maltês da minha filha. Nada contra, ela é uma graça e sinto falta quando ela vai embora. Mas sempre estranho aquele momento de levá-la para passear. Como diz o Seinfeld, se chegar um E.T. e te ver andando atrás de um cachorro, com um saquinho na mão, esperando que ele faça cocô para, então, andar com um saquinho cheio de cocô, quem ele vai achar que lidera o planeta?
Ele é ainda mais radical:"se depois de 50 mil anos de civilização chegamos a esse ponto, é melhor desistir. Em alguma hora as coisas deram errado.Vamos cair fora, dar a vez aos insetos ou quem for o próximo da fila".
Não deixa de ter razão, se bem que por uma interminável lista de outros motivos.

Dream Party
Olha só a festa que blogueiro Guilherme Valadares vai dar na quinta, no Sonique, às custas da Absolut. Ele ganhou o concurso faça a sua dream party, promovido pela empresa. O tema dele é "In an Absolut World there is always a great reason to meet new people" e a idéia é que todos interajam e saiam de seus mundinhos. A balada é aberta ao público(mais ou menos, não?)e todo mundo que chegar vai receber um cartão colorido e quando quiser um drinque tem de achar um outro convidado com um cartão da mesma cor. Cada cor corresponde a um tipo de drinque e um brinde para quem adivinhar com que bebida ele será preparado.
Também haverá um correio elegante moderno e a troca de mensagem será mostrada em um telão. Ai, que medo. Mas não é muito melhor do que fazer uma passeata dos sem namorados?

Jantar com música
Uma dica que a Andarilha me passou. O chefe de cozinha Sam Mason sempre convida bandas novas que estão em turnê em Nova York para uma sessão gastronômica em seu loft. Os vídeos dos encontros e de parte dos shows dos músicos estão aqui.

Babação descarada
Alguém além de mim teve vontade de vomitar na entrevista que o Jô Soares deu para a Marília Gabriela? Credo!!! Ela babou tanto a ponto de ele dizer que voltaria mesmo outras vezes. "Para ser elogiado o tempo todo". Até o ego concretado achou demais. Quem não viu, fez bem. Do Eike Batista, eu passei. Aprendi a lição.

Ufa! Tem hora que é mesmo bom sair um pouco fora.
Essa é a Natasha Khan, que tem o nome artístico de Bat for Lashes.

maio 24, 2009

Por aí

Às vezes, manhãs mornas me lembram alguns lugares. Hoje, deu vontade de passear pelas ruas do Palermo, olhar vitrines, tomar um capuccino, me divertir com as perfomances, andar nos parques e pensar tranquilamente no que fazer mais tarde. É o que alguns amigos devem estar fazendo lá, nesse momento. Saudades. Mas são grandes as chances de eles estarem nos imaginando aqui,indo até o Ibirapuera, passeando pela feirinha do Masp, tomando café no Santo Grão, pegando um cinema mais tarde. Interconexão

Nordeste

O Neil falou há algum tempo da diferença de mobilização entre as enchentes de Santa Catarina e as do Nordeste. Bom, já tem um movimento grande de ajuda. A Celine fala disso e passa links das comunidades, inclusive blogueiros, que estão se organizando para ajudar. Passem por lá.



A cena foi rápida e não pude ver direito. Mas tive quase certeza que o Marinho tinha flores nas mãos quando viu o Zé Rodrix. Não sei se chegou a entregá-las. Mas o sorriso deu para ver direitinho.

maio 20, 2009

Karaokê londrino

Vi esse vídeo na Sabrina. É um karaokê coletivo que a T-Mobile, operadora de celular, fez na Trafalgar Square. Tem gente pendurada até na National Gallery. Não é de morrer de saudades de Londres?

maio 15, 2009

Aula de teologia

-- Patty, sobre aqueles pedidos que você disse que era para fazer, eu escrevo e assino?
-- Assinar? Não sei, mãe. Me falaram que é para ler e mentalizar toda noite.
-- Mas sem assinar?
-- Sei lá. Imagino que é uma coisa de mentalização. Não sei se tem burocratas do outro lado do universo carimbando os desejos e mandando para repartições.
-- Eu vou assinar.
-- Mas é para pedir meeeesmo...Com fé.
-- Eu sou uma pessoa de muita fé.
-- Sem dúvida. Mas não é para colocar aquela condicional “se for para bem” que a senhora sempre fala quando reza.
-- Lá vem você. Claro que eu peço para que as coisas aconteçam só se for para bem.
-- Mas alguém lá em cima tem de saber o que a senhora quer. Só isso. Senão escuta o pedido e pode pensar, ah, ela não está com tanta pressa assim. Vou atender outros mais urgentes.
-- Mas eu só quero que aconteça se for para bem.
-- Mãe, a senhora não acha que Deus é pai, não é padrasto? Ele não vai te sacanear, ah, ela pediu isso, então vai ver o que eu vou mandar.
-- Mas às vezes a gente pede algo sem saber que não é melhor para a gente.
-- Mas não cabe à senhora já colocar condições. Assim pode sair da lista de prioridades. A senhora não acredita nele? Não acha que ele tem bom senso?
-- Está bem. Então, quando eu for pedir algo para você eu tiro o "se for para bem", tá? Mas depois não reclama.
-- Ei, ei... isso é uma ameaça?

Sem gelo
Estou sem geladeira há dois dias. Como não tenho freezer, me sinto como se tivesse voltado ao estado primitivo e deixasse a caça apodrecer pelo caminho porque não há onde preservá-la. Pensar em uma cerveja gelada só se passasse um rio do lado da minha sacada e eu pudesse deixar várias latinhas para recolhê-las mais tarde. Deveria ter feito supermercado ontem, mas qual o sentido?
Hoje o zelador veio buscar a minha geladeira quebrada. E devo confessar que foi uma visão meio melancólica vê-la indo embora. Tentei lembrar quanto tempo ela esteve comigo. Não consegui. Minha filha não consegue se recordar de outra geladeira. Eu só sei que ganhei de alguém, acho que presente de casamento. Mas qual?
Ela era bege. É isso, mesmo, bege. Quem tem uma geladeira bege? Talvez porque não gostasse da cor é que a enchi de cima em baixo com imãs. Kitsch total. E agora fico pensando, será que vou colocar tudo de volta na minha geladeira BRANCA que, espero, chegue até o final da tarde? Acho que não.
Bom, renovation...

Com muro
Quem ainda não viu “Entre os muros da escola” não pode perder. Filme de Laurent Cantet que tem mesmo ares de documentário, como já foi dito. Você é transportado para uma escola em um subúrbio de Paris que é uma verdadeira panela de pressão. E que não deixa de ser o retrato da França hoje, com todos os conflitos com imigrantes e seus filhos, alguns que nasceram no país mas não o reconhecem como sua pátria. Muito por também não serem reconhecidos. E os professores, imperfeitos muitas vezes, que não conseguem "tocar" esse mundo.
Sem finalzinho tipo todos aprenderam uma lição de vida. As frustrações estão em carne viva de todos os lados.

maio 11, 2009

Protesto?

Uma amiga organizou um aniversário de 15 anos na semana passada e uma coisa me chamou muito a atenção. Uma menina que estuda no colégio da aniversariante também faria uma festa no mesmo dia e no mesmo lugar. As duas não chegam a ser amigas mas iriam dividir também o mesmo menino na hora da valsa. Ou seja, o "príncipe" correria de um lado para o outro. Eu fiquei pensando, com essa idade e já é preciso dividir o "mesmo"? A "carência" de homens interessantes e disponíveis começa, agora, tão cedo?
Aí vejo a notícia do "movimento dos sem namorados" e fico ainda mais curiosa. Já tem até um site. Desconfio que tenha sido feito, em sua maioria, por mulheres jovens. As chamadas são: "Você não aguenta mais aqueles casos que somem depois do terceiro encontro? (típica queixa feminina) De saco cheio de ir para a balada e não encontrar ninguém que combine com você? Proteste".
Proteste? Acho que os protestos são legítimos, sem dúvida. Mas para quem esse protesto é dirigido? Para o IBGE, que não faz um cadastramento adequado e não coloca na Internet o nome dos "disponíveis", por ordem de idade, sexo, preferência sexual, cidades, etc..? Para os barzinhos e baladas que permitem a entrada de pessoas que não querem se envolver? Para os pais e tios que fizeram péssima propaganda dos relacionamentos mais "sérios" e ajudaram a formar dados catastróficos sobre isso? Para os sites de relacionamento que não estão sendo eficazes? Para Deus? Para o diabo? Para quem?
Bom, com certeza, o público-alvo desse movimento é grande afinal são 53 milhões de solteiros acima de 18 anos no país. Estão até marcadas duas passeatas, uma no Rio, dia 15 e outra em São Paulo, dia 17. Que ou se tornam uma festa, o que é bem provável porque, afinal, tudo acaba em festa, ou um mico. Depende do pique dos que irão. Eu torço pela primeira hipótese.
Mas aí tenho um pouco de receio quando me lembro do filme Um grande garoto, baseado no livro About a boy, de Nick Hornby, onde Hugh Grant frequentava encontro de mães divorciadas ou que tiveram produções independentes para se dar bem. Sem nenhuma vontade de "namorar", apenas ter casos eventuais uma vez que havia ali um estoque de mulheres carentes.
Espero que não seja o caso. Boa sorte, moçada. E rápido porque o dia dos Namorados está chegando.

Borges
Memórias do Mundo. Assisti a essa peça no sábado e recomendo. Mas para quem conhece pelo menos um pouco do mundo de Jorge Luis Borges porque o autor do texto, João Paulo Lorenzon, não faz nenhuma concessão para os que nunca leram algo do escritor argentino. Trata-se de um monológo, com a atuação do próprio Lorenzon, onde é feita uma viagem pelo mundo e memórias do escritor argentino, a perda de Beatriz, o frágil limite entre sonhos e realidade, seus labirintos, minotauros, alephs, tigres, espelhos, o escrever e o ler, sua progressiva cegueira. E até o amarelo, que nunca lhe faltou e que me fez entender algumas coisas.
A peça está no Espaço Viga até o dia 28 de junho.

maio 05, 2009

Olha só quem veio para jantar

Estava eu viajando pelas belíssimas fotos de Benedict Campbell, seguindo a dica do blog Arq_Bar, quando olha só o primo de quem eu achei. Quem quiser ver mais dessa artista gráfica e fotógrafa, clique aqui.

A loucura do terror ou o terror da loucura
Eu não consigo ver um filme de terror, ou de muito suspense, sem saber logo o fim. A minha teoria é de que sabendo o fim não me prendo ao que vai acontecer e consigo prestar atenção a todos os detalhes do filme. A prática é que não há detalhes e, geralmente, tudo se resume apenas ao clima de suspense. Foi mais ou menos assim que ao assistir ao Sexto Sentido com minha filha, antes de entrar na sala de projeção, olhei para o cartaz e tentei decifrar porque a crítica do jornal dizia que você não podia deixar que alguém te contasse o final. Então, se o menino enxerga dead people, será que........? E pensei em voz alta. Nos primeiros minutos do filme minha filha veio com um, ai, não, mãe, não acredito. E, sem querer, assistimos ao filme sabendo o fim. Eu, mais tranquila, prestei atenção em todos os detalhes. E ela, raivosa, prometeu que nunca mais veria um filme de suspense comigo. A meu favor foi que eu apenas chutei, se foi gol, frango do goleiro.
O que eu descobri nesse sábado foi pior. Ao assistir Atrizes, dirigido e estrelado por Valeria Bruni Tedeschi, irmã de Carla Bruni, percebi que não estou mais resistente a acompanhar o desenrolar da loucura de alguém. E em alguns momentos do filme cheguei a fechar os olhos para não ver até onde as pirações daquelas mulheres as levariam e a todas as situações de constrangimento que elas passariam por conta disso. E, de alguma forma, eu sabia quais seriam. Mais ou menos parecido com “eu tenho vergonha pelos outros”. Só que a versão “eu sei onde você vai chegar e isso não é aceitável, acredite em mim”. Claro que se eu estivesse com o Gabriel Byrne, em um capítulo de Em Terapia, seria um prato cheio. Mas isso é outra história.