novembro 05, 2007

Mi casa, su casa

Fiz praticamente duas viagens para Buenos Aires em uma semana. Na verdade, na primeira etapa fui para Puerto Madero e lá fiquei. No Faena, um luxo de hotel mesmo. Me deram a suíte das panelas, ou seja, o meu quarto tinha forno, fogão, panelas lindíssimas e freezer. A explicação era de que o apartamento era para longas temporadas, o que não era o meu caso. Depois de curtir um cinco estrelas caríssimo, me mudei para outra casa. Uma casa mesmo, um bed & breakfast, a Posada Palermo. A foto é da casa da Vivian, uma arquiteta super simpática e carinhosa. O café é servido na sala dela, uma graça de lugar, bem transado, bem decorado e aconchegante. O café é bem servido, até com direito a huevos revueltos -- só coloquei essa observação porque adoro isso, revueltos, não é demais? O Alejandro, que trabalha lá, é uma história à parte, uma pessoa maravilhosa, carinhoso, sacado, com boas dicas, sempre disposto a te ajudar no que precisar. Sabe aquela pessoa que vc tem certeza que seria seu amigo sempre? É ele. Passei meu aniversário lá e, para minha surpresa, eles trouxeram um bolo no café da manhã, com direito a parabéns e tudo. Não tem preço, é demais. No domingo, o plantão é do Mariano, um rapaz que é um sonhador e pensa em fazer faculdade de Economia para ajudar o país. O B&B fica no coração do Palermo, onde passei a segunda etapa da minha viagem. Os Palermos, seja Soho ou Hollywood, continuam lindos e interessantes. Voltei ao Olsen, um restaurante escandinavo com drinques maravilhosos feitos com vodca e caviar no cardápio. É só evitar a hostess que exerce, com todo vigor, os podres poderes. O Bar Uriarte é muito bom e o cervo, sim, é uma delícia. Ganhei uma torta de chocolate com o segundo parabéns, encomendando pelos queridíssimos Jô e Luiz. Os argentinos estão lindos como sempre. Já as argentinas, continuam bronzeadéssimas e anoréxicas. E os taxistas são os ranzinzas de sempre, também pelo preço dos táxis, até eu. Os Malbecs, Shyras e Cabernet são bons de serem apreciados. Os preços em Buenos Aires permanecem convidativos, mas o maior erro é pensar "no Brasil isso seria muito mais caro" e sair comprando tudo. Sem dúvida, aqui tudo está mais caro. Mas lembre-se que barato, ou não, a velha aritmética, ou seja a soma, também vale na Argentina. E é aí que vc cai em desgraça. Cheguei a ter depressão com o movimento de abrir a bolsa, pegar a carteira e tirar o cartão de crédito. Tanto que comecei a pagar em efetivo, dinheiro vivo, só para não assinar mais nada. Mas essa festa não vai durar muito, eles são argentinos e, como tais, guerreiros e se recuperam rapidamente. A vingança virá logo e eles ainda voltam aqui para comprar nossas tiendas inteiras. Se bem que a maioria irá para as lojas de Florianópolis. Mas a cidade continua linda. E o país, agora, tem uma presidenta e argentino gosta de uma mulher no poder, vamos combinar, não? Pelo menos as idolatram depois que elas se vão e até escrevem livros e fazem filmes sobre as poderosas. Mas é um lugar que sempre é bom voltar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tá, eu me rendo. Depois de dois bolos de aniversário no meio de um monte de argentinos lindos, é melhor dar os parabéns logo.

Tenho um amigo que faz aniversário no mesmo dia que você. Liguei e ele tinha ido visitar o pai em Minas. O pai tem problemas: procura uma namorada há um certo tempo, mas não consegue nada na cidade onde mora. Agora tá expandindo a busca pras cidades vizinhas, mas parece que nem assim tá conseguindo coisa alguma. E olhe que ele tá inteirão. O problema é que o carro do velho é tão decadente, mas tão decadente, que nenhuma mulher de onde quer que seja quer ser vista andando nele! Parece piada, mas por falta de aviso dos amigos é que não foi!

Portanto, quando você ficar velhinha e assanhada, ou seja, uma velhinha assanhada, ouça sempre os amigos!!