março 16, 2011

A criadora e a criatura


Esse é um post mulherzinha, o que não quer dizer que os homens não possam ler. Conversando com uma amiga, ela me disse tudo que gostaria de ter das mulheres famosas. Adivinhem? O cabelo da Gisele, a boca da Angelina, o corpo da Naomi, e por aí afora. Eu fiquei pensando no que resultaria isso tudo. Então, resolvi montar o meu - e a minha - próprio Frankstein a partir de projeções que faço no mundo das celebridades.
Eu seria mais ou menos assim: teria a alegria juvenil da Kate Winslet e o jeito confiável da Meg Ryan. O olhar misterioso viria da Jacqueline Bisset, o charme da Penélope Cruz e a elegância da Audrey Hepburn. Teria o jeito calmo de falar da Catherine Deneuve mas em alguns momentos poderia sussurrar como a Renée Zellweger.
Meu poder de sedução sobre os homens poderia oscilar entre a encantadora Aishwarya Rai e a avassaladora Rita Hayworth em seu melhor momento Gilda . Mas saberia a hora de ser tão delicada como Camila Pitanga. Seria tão versátil e talentosa quanto a Meryl Streep, espirituosa e perspicaz como Isabell Allende, teria o autoconhecimento e a ética da Susan Sarandon e a liberdade para fazer o que bem entendesse conquistada pela Ellen de Generes. Mas, acima de tudo, envelheceria com a dignidade e a beleza da Vanessa Redgrave.
Ficou estranho? Mas pode ser pior. Também montei o Frankstein do companheiro ideal. E, acreditem, ele é ainda mais bipolar do que a minha própria criatura. Ele transpiraria a virilidade do Daniel Craig mas também teria o indisfarçável jeito doce do Antonio Banderas. Seria um eterno rebelde, como Johnny Depp, debochado como Keith Richards e com o humor britânico do Hugh Grant. De Martin Donovan teria o ar blasé de quem fala pouco e observa muito. Mas que sabe se colocar na hora certa e de forma adequada, com uma leve pitada de boa ironia. E dele também teria o sorriso contido no canto dos lábios quando eu fizesse alguma bobagem. Mas seria delicado o suficiente para não dizer nada, como Jude Law.
Ele me abraçaria com os braços fortes do Larry Mullen Jr e me diria palavras de amor com a voz do Eddie Vedder, de quem também herdaria a necessidade rasgada de estar sempre apaixonado e a fidelidade. A cumplicidade e o senso de compromisso viriam do Antônio Fagundes e ele me protegeria como o Hugh Jackman.
Seria tão criativo como o Almodóvar e com a alta capacidade de rir de si mesmo do Gerard Butler. A perspicácia e a inteligência ganharia do Contardo Calligaris e discutiria o relacionamento como o Gabriel Byrne. E algumas noites me amaria como Paul Newman, no auge de sua juventude. Em outras loucamente como Javier Bardem.
Eu avisei, podia piorar. Se achou estranho demais, monte você mesmo as suas criaturas. Freud explica.
E aí, Pedro, queria mesmo os posts de volta?