janeiro 28, 2009

Não é o fim?


-- Não, você não é bonzinho.
-- Porque vc quer me derrubar?
-- Não quero te derrubar, você não iria gostar de ser bonzinho mesmo. É muito inho, seu ego não suportaria.
-- Mas é claro que eu sou. E um cara legal.
-- Mas você nem gosta de ser legal toda hora com todo mundo.
-- Nossa, é o fim mesmo. A pessoa pira e sai dando tiro.
-- É o fim mesmo. Olha só como acabou nosso telefonema ontem.
-- Meu telefone ficou mudo.
-- E ninguém ligou nem pro celular do outro pelo menos para dar boa noite. A conversa acabou no meio...olha, e se a casa for pintada de...tum, tum...e pronto, assunto encerrado.
-- Mas isso só prova que o relacionamento está mais integrado do que nunca. Nem é preciso ligar de volta.
-- Só mostra que não falamos nada importante.
-- Também não ia adiantar ligar, meu iPhone está morrendo. O touch está deixando de ser touch.
-- Acho que ele tem uma ligação maior com o Steve Jobs do que imaginávamos.
-- Mas isso não tem nada a ver com o fato de eu ser bonzinho.
-- Se você fosse bonzinho teria votado no meu sex appeal.
-- Lá vem...
-- Ninguém merece ser 80% sexy...O que é uma pessoa 80% sexy? Nada. Só uma pessoa boazinha.
-- Você não é boazinha.
-- Vixe, quer me derrubar é?

Ma non troppo...
O caso Battisti está ficando cada vez mais patético. No meio de toda a confusão veio a sugestão do subsecretário de Exterior italiano, Alfredo Mantica, de cancelar a partida entre Brasil e Itália marcada para o dia 10 de fevereiro, em Londres, como uma forma de retaliação ao governo brasileiro. Daí vem outro subsecretário de não sei das quantas, Rocco Crimi (bom nome para alguém do governo Berlusconi, não?), dizendo que o caso Battisti não deve interferir na realização de um evento esportivo. Portanto, o jogo está mantido. E tem gente achando que eles estão falando sério...

Don´t speak
No doubt.

janeiro 25, 2009

Que alívio !!!!

Depois de dias de febre alta volto, finalmente, a um respirar mais fresco. Agora resta recuperar o tempo perdido nesse estado de baixa concentração, aprendizado quase nulo, raciocínio oscilante e impaciência com as repetições que reinam no mundo TVapático.

Beijo onde?
Sessão blog de dicas de etiquetas urbanas e sobrevivência. Todo mundo sabe que é bonitinho, carinhosinho, e envolve ótimas intenções. Mas, por favor, evite se despedir de alguém que tem mais de 38 graus de febre com a expressão "um beijo no coração". O que uma mente febril pode imaginar senão aquela maleta térmica branca, com uma cruz vermelha, sendo transportada por paramédicos afobados até o helicóptero que vai conduzí-la ao hospital de destino onde uma equipe médica aguarda com um peito aberto, agulha e linha na mão? Aliás, se possível evite usar a expressão com o mundo saudável também.

A Mariana
Já faz algum tempo que a Vila Mariana tem várias opções de botecos, como Veloso, Genuíno, da Vila, e outros. Mas a gastronomia começa a marcar presença. Na rua Áurea, quase esquina com a Joaquim Távora, dois restaurantes valem a pena ser visitados. Um é o Sobaria, cujo nome remete ao soba, o macarrão japonês de trigo-sarraceno. Mas é um lugar especializado em comida do Mato Grosso do Sul. E o soba, descobri lá, é uma das influências nessa região. Mas o forte mesmo são as carnes e a linguiça de Maracaju, que leva apenas carnes nobres. Aproveitar enquanto não me torno vegetariana.
Bem ao lado do Sobaria tem o Hitam, bem estar em sânscrito, um restaurante com influências tailandesas e indianas. Almocei lá hoje e gostei muito. Na Joaquim Távora tem também o No Quintal, com comida mexicana, e o espanhol Calà del Grau, ambos bem recomendáveis.

A sua
Eu só quero que você saiba...Saudades dessa música. Marisa Monte.

janeiro 19, 2009

O prazer está nos bancos

Estou com problemas para entender algumas matérias. Ou talvez o mundo. Uma delas, que está sendo repetida à exaustão, diz que os homens ricos proporcionam mais orgasmos às mulheres. Os textos são praticamente os mesmos em todos os lugares e os únicos argumentos para explicar essa tão importante constatação são os do psicólogo Thomas Pollet, um dos autores do estudo feito por uma universidade inglesa São eles:“o resultado parece consistente com a idéia de que o orgasmo feminino evoluiu a partir de uma função evolutiva”; “o orgasmo serve para selecionar entre os machos com base em sua qualidade. Assim, deve ser mais freqüente nas fêmeas unidas a machos de alta qualidade. Parceiros mais desejáveis levam as mulheres a ter mais orgasmos”.
Ok, eu entendo a função evolutiva, a necessidade de qualidades, os desejáveis. Também entendo todos os prazeres que podem vir com a grana. Mas ainda não entendi a garantia de bom sexo e orgasmos só pelo simples fato do parceiro ser rico. Acho que os pesquisadores devem ter discutido, por exemplo, a força que o dinheiro pode ter para algumas mulheres no processo de conquista, de sedução. É inegável que muitas acreditam que uma jóia reflete mais os sentimentos do outro do que a poesia dos pequenos gestos, das palavras corretas, nos momentos certos. Também deven ter abordado o que está relacionado a esse "processo evolutivo". Refinamento, confiança, poder? Em muitos casos podem ser qualidades com poderes afrodisíacos. Mas não são restritas aos mais privilegiados economicamente.
Acho que quem reproduziu isso sem ir até a fonte da pesquisa deve ter pensado em estrelas do rock, artistas de cinema e nunca deve ter colocado o pezinho em uma reunião da Fiesp. E ficamos assim, uma matéria jogada no ar que coloca as mulheres em uma situação meio constrangedora já que no seu momento de entrega total, aquele que só ela sabe o que a move, vale o tamanho da conta bancária e não outros atributos do parceiro. Pois é, de castigo, ainda serão penalizadas com a crise econômica mundial. Simples assim.

Som, Elton.
Também tive dificuldade para entender uma crítica do show do Elton John. Tudo muito bom, tudo muito bem, e as 30 mil pessoas saíram em êxtase da Arena Skol, no Anhembi. No meio da matéria: "a escolha do Anhembi é um equívoco, a visibilidade é precária e a acústica sofrível"; "Com o volume do som baixo, algumas canções renderam aquém do esperado". Como um show pode ser tão maravilhoso com péssima acústica e som baixo? Eu estava lá e, confesso, não achei essa resposta. Um bom show mas com falhas irritantes. Espero, sinceramente, que no Sambódromo no Rio tenha sido bem melhor. Afinal, a diva pop merece.

Rebobine, por favor
Quem ainda não viu, vale a pena. Principalmente para quem gosta de cinema e verá um desfile de filmes famosos sendo "suecados" pela dupla Jack Black e o cantor de rap Mos Def. Simples, criativo, engraçado. A direção é do Michel Gondry que tem vários videoclipes no seu currículo, como de Daft Punk e White Stripes.

Erykah Badu
Na minha fase cantoras nada melhor que a poderosa Erykah Badu com a premiada Tyrone. Ainda não ouvi seu último álbum New Amerikah: part 1 (4th World War) , que está muito bem cotado. E já vem a parte II.

janeiro 16, 2009

Vermelho

Sempre gosto de admirar as coleções de fotos da National Geographic. Esta foto é da série Life in Color. E se trata, obviamente, do vermelho, cor do sangue, da paixão, do fogo, do amor. E da sorte e prosperidade em alguns países. O fotógrafo é Tim Laman e ela foi tirada no Alberta's Waterton Lakes National Park, no Canadá. Uma boa cor para o final de semana.

E se...
A capa da Rolling Stone deste mês é o retorno da Britney Spears. Como se ela já não tivesse sido assunto o suficiente. Não simpatizo com a moça nem gosto de sua música mas li a matéria e achei tudo muito deprê. A que ponto pode chegar alguém que para sobreviver tem de se submeter a uma severa vigilância do pai e do advogado sem poder opinar sequer sobre a contratação dos seguranças que estarão ao seu lado 24 horas? E é seu pai, que ela já acionou judicialmente no passado com medo de que ele se apropriasse de seus bens, que agora controla suas finanças.
Não se pode dizer que ela chegou a esse ponto por acaso. Notícias sobre suas noitadas e bebedeiras foram campeãs de acesso na Internet em 2008. Enquanto muitos artistas realmente talentosos procuraram preservar suas vidas pessoais ela se esbanjou com a notoriedade e auto-promoção. Até que o feitiço...
Mas daí vem aquela mosquinha do "e se...". E se por acaso um de nós tivesse alcançado, sei lá por qual caminho, o status de celebridade? Se sabemos que de perto ninguém é normal o que aconteceria se esse perto ganhasse escala e a situação fugisse do controle? Quantas de nossas transgressões teriam sido conhecidas? Quanto de nossos deslizes poderiam ter se transformado em escândalos?
Da minha parte, um exame mais apurado e com lentes do mal poderiam ter me causado alguns transtornos. E se já me cansa constatar que estou sujeita a rótulos e enquadramentos de pessoas que mal me conhecem, ou acham que conhecem, o que dizer de desconhecidos? Agora, já todo aquele dinheiro cairia bem, não?

Heróis
Do jeito que a situação anda complicada e as expectativas em alta não seria má idéia nomear para algum cargo no governo Obama o piloto que "aterrisou" o avião no rio Hudson e conseguiu que os 150 passageiros e a tripulação saíssem ilesos. Parece que de risco e salvamento o cara entende. Mas o que mais me chamou a atenção foi a coragem dos mergulhadores que trabalharam naquelas águas gélidas. Viva o poder do neoprene.

Só um pouquinho de civilização...
Esta semana fui de metrô para uma entrevista com o presidente de uma empresa cujo escritório fica na Paulista. Na saída da estação minha sandália ficou presa em uma bola enorme de chiclete. Por mais que tentasse limpar sempre ficava um pouco de goma na sola. Meu medo era que na sala do executivo, por qualquer coisa, ela virasse um gremlin. Na hora me lembrei de ter estranhado a notícia sobre a campanha que os administradores da Cidade do México deram início recentemente para pedir à população que engulissem os chicletes ao invés de jogar no chão. Mas agora entendo. Se não acham um lixo próximo, se não se dão ao trabalho de envolvê-lo em um papel para dispensar mais tarde, por favor, os engulam. Arriba, abajo, al centro e adentro.

Harvest moon
Que eu amo Neil Young não é segredo. Essa música é uma das que me arrepia. E apesar da Lua já não estar cheia, fiquei com vontade de ouvir a canção e na voz de Cassandra Wilson. Ela foi incluída na belíssima trilha do filme Beijo Roubado (My Blueberry Nights). Essa foi a melhor versão que achei e só tem o áudio. Mas é para escutar mesmo, não?


janeiro 13, 2009

Stand by me

Recebi esse vídeo da Andarilha. É muito bonito. Faz parte do documentário "Playing for change: peace through music" e tem o clássico Stand by me de Ben E. King tocado e cantado pelo mundo. Vale a pena ver. E mais sobre o assunto no http://www.playingforchange.com/.

janeiro 11, 2009

A loucura, o helicóptero e a lua

A loucura
Muito já se falou das irresponsabilidades de Wall Street que geraram quebras pelo mundo todo. Mas sempre é bom ler artigos que tratam do assunto sem negar as responsabilidades como o que foi publicado no New York Times por Michael Lewis e David Einhorn e que foi reproduzido hoje no Estadão. O texto é bom, claro, didático e não poupa o Tesouro norte-americano, a SEC (a CVM deles), muito menos os banqueiros que se não compactuaram diretamente com o que vinha sendo feito pecaram, no mínimo, por não terem denunciado. Ele se baseia nos alertas dados durante nove anos por Harry Markopolos às autoridades sobre a fraude financeira que estava a caminho capitaneada por Bernard Madoff. Não tenho capacidade para julgar as alternativas dadas por eles mas algumas nem são tão radicais e me parecem bem sensatas. Ao lado de novas exigências aos capitais do bancos está a sugestão de colocar o fim ao status oficial das agências reguladoras que falharam terrivelmente e, na verdade, deveriam se restringir a emitir relatórios privados, quando contratadas para tal, e não serem subvencionadas pelos emissores dos produtos avaliados. Nunca gostei dessas agências que se julgavam acima do bem e do mal. Outro ponto diz respeito a fechar a porta giratória entre a SEC e Wall Street. Uma quarentena ia bem, não?
No meio de tudo, há um trecho bem interessante: "Por incrível que pareça pessoas inteligentes do mundo todo continuam dispostas a nos emprestar dinheiro e até ouvir nossos conselhos. Elas não parecem ter entendido toda a extensão da nossa loucura." Quem ainda não entendeu? O lado cinza claro é que há pessoas e governos que perceberam isso e tentam buscar suas próprias soluções para enfrentar esse período brabo. Quem sabe, assim, os arranhões serão menores. É para isso que estamos torcendo, não?

O helicóptero
Quem se lembra da cena inicial de Short Cuts, de Robert Altman, quando helicópteros sobrevoam Los Angeles para jogar algum tipo de pesticida? É tudo o que vem à minha cabeça agora com um helicóptero sobrevoando a minha vizinhança há mais de 20 minutos com um holofote fortíssimo iluminando as ruas e quadras. O que procuram esses caras? E lá vem eles de novo. Medo.

A Lua
Para um ano que inauguramos com a Lua Nova e a marca da ruptura passamos agora pela primeira Lua Cheia de 2009. Ela chegou linda, se escondeu, tornou-se misteriosa, voltou, brilhou. Mas está lá. Quem ainda não celebrou, há tempo. Dancem, vibrem, amem. E salve todos os que nasceram sob o signo de Capricórnio. Os meus parabéns para as pessoas especiais de janeiro, estejam por perto ou não.

Pa ' Bailar
Gostaria muito de colocar um vídeo do Bajofondo aqui para bailarmos. Mas, infelizmente, a reprodução não é permitida ou pelo grupo ou pela gravadora. Normalmente, desistiria. Mas, como vale a pena, convido todos a irem até o Youtube para assistí-lo e dançar com a festa tangueira eletrônica. O Bajofondo é um grupo que reúne argentinos e uruguaios e entre seus criadores está Gustavo Santaolalla, músico que também tem no currículo trilhas sonoras interessantes e intrigantes, como a de Babel e de O segredo de Brokeback Moutain, que lhes renderam dois Oscar, e de outros entre os quais O Diário da Motocicleta e 21 Gramas.
O link é http://www.youtube.com/watch?v=h2462nIpT0Y. Divirtam-se e boa semana.

janeiro 08, 2009

Apenas uma vez


Um filme de produção modesta que se passa em Dublin e envolve um irlandês e uma imigrante tcheca. Os dois se conectam pela música, ele tocando violão pelas ruas e ela piano nas horas vagas. E é através da música que esses dois se falam. Once (Apenas uma vez) é sensível, honesto, interessante. Os dois protagonistas são músicos e amigos na vida real. Ele é Glen Hansard, guitarrista e vocalista do grupo The Frames. Ela é Marketá Irglová, compositora, cantora e atriz que vive em Dublin desde o ano passado. O diretor é John Carney que foi baixista do The Frames de 91 a 93. Quem ainda não viu, vale a pena. Está nas locadoras. Algum crítico que não lembro o nome se referiu ao filme como "um conto de fadas urbano". Não deixa de ser, afinal tem histórias que aproximam pessoas de formas diversas e inesperadas e que se tornam muito especiais. E dificilmente se repetem.
O vídeo é com Hansard e Markéta cantando a composição de ambos "Falling Slowly" que venceu o Oscar do ano passado. Foi uma surpresa geral pois foge completamente do padrão hollywoodiano. É muito bonita mas vamos combinar que esse Oscar deveria ter sido para Guarantee, música que Eddie Vedder fez para o filme Into the Wild, de Sean Penn, que ganhou o Globo de Ouro. Mas por conta de uma puxada de tapete da Academia acabou não concorrendo. Mas isso é só história e a música da dupla tem seu próprios méritos e foi uma boa escolha. Divirtam-se.