maio 30, 2008

Sangue latino

Insônia e vontade de ouvir essa música. Aliás, para quem ainda não leu muito boa a entrevista do Ney na Rolling Stones. Engraçado ele dizer que fuma um baseado quando tem dúvida de algo que sabe que ele tem a resposta na mesma edição que o Gabeira diz que só fuma em Amsterdam. Então, tá.

maio 29, 2008

Sem título


O trabalho é da Pinon, uma artista norueguesa que gosta de rock, trabalha com arte, textos, poesia e tem talento.



Desconstrução a dois

Ele parecia o mesmo. Não, pensando bem, talvez não. O sorriso já não era mais tão franco. A timidez um pouco mais forçada. Ainda havia muito mais, mas como saber se o olhar nunca é direto. Sim, ele mudou muito. A começar que já nem a conhece mais. Lhe dá um presente que deve ter comprado no caminho. Um livro que ele já folheou tantas vezes a cópia que ela tem na estante. As palavras saem como que medidas para terem o tamanho exato do afastamento. Ela sente a tristeza tomando conta da respiração e tem vontade de lhe dizer que não há o que temer. Fique tranquilo, não há implosão possível que afaste tantos pesadelos. Durma em paz, a memória continuará sendo a juíza. E ela é implacável.

Boa sorte, good luck
Vanessa da Mata e Ben Harper

maio 16, 2008

E o nosso índio...











São fotos de Renato Soares, uma super figura e um grande fotógrafo. Sua exposição "Mavutsinin- O Último Kuarup”, está na galeria Imã. São 20 painéis onde ele apresenta a simbologia do Kuarup de Orlando Villas Bôas, realizada em 2003, no Alto do Xingu. Está belíssima, vale a pena conferir.
Pegando carona, aproveito para deixar minha saudação a Marina Silva que durante cinco anos suou a camisa em nome do nosso ambiente mas foi vencida pelo meio. Tks.

maio 12, 2008

Liberdade, mas será que é tarde?

Lawrence Edward Page nasceu em março de 1973 em Lansing, capital do Michigan. Cinco meses depois, em Moscou, nasceu Sergey Mihailovich Brin. Nessa época, eu começava a prestar atenção no mundo e tinha uma curiosidade tremenda sobre o que eu poderia saber e fazer. Deve ter sido por volta disso que eu li 1984, de George Orwell, que alertava sobre uma sociedade totalitária onde tudo se sabia e o Big Brother a todos observava e controlava e deveria ser alvo de adoração e obediência. Senti todo o desespero de Winston, o personagem principal, que toma consciência daquele horror.
Em 1998 eu já tinha uma filha quase entrando na adolescência, dois casamentos desfeitos e um terceiro a caminho e ainda acreditava que acontecesse o que acontecesse, resistiria com armas e dentes aquele quadro traçado por Orwell.
E por que estou me lembrando de tudo isso? Porque eu li uma entrevista na Época nesse final de semana com o estudioso holandês Geert Lovink, onde ele defende que todos devem fazer campanha contra o Google. Ele começa mal, dizendo que teme o monopólio Google, mas tem de admitir, em seguida, que se trata de um monopólio virtual. Se corrige para hegemonia tecnológica lembrando que quando usamos Gmail ou Orkut todos seus dados se tornam mercadoria de uma única empresa.
Verdade, e aqueles anúncios todos que aparecem ao lado de nossas pesquisas ou quando acionamos o gmail mostram isso. Mas o pior é a dependência. E daí volto para Orwell, quando imaginamos que todo aquele controle dos nossos dados se daria de modo autoritário, não, nós nos entregamos de braços abertos, corremos para dar nossas identificações, nossas preferências, nossos interesses. Sem uma arma apontada, apenas porque quisemos. E o Big Brother virou um enlatado da espanhola Endemol que vendeu direitos para a TV Globo.
E desde que aqueles dois meninos, Larry Page e Sergey Brin, fundaram o Google em 98 eu fui me tornando uma viciada e eles milionários. Não passo um dia sem acionar várias vezes a busca para fazer uma pesquisa, nem consigo imaginar como era antes. E se vocês estão me achando uma nerd, lembre-se de que estão lendo esse blog em um Blogspot, um servidor de quem? Do Google. E assistem a uma série de vídeos do You Tube, não? Deles. E daqui a pouco terão um celular com uma interface do Android, uma plataforma aberta mas que foi incentivada por eles para que você tenha no seu telefone móvel as mesmas facilidades de acesso de um computador.
Então, caro Lovink, você pode, e deve, ter razão. Mas só esqueceu de dizer para que clínica de reabilitação eu preciso ir, pelo amor de Deus?

Foto
Ah, eu pensei na foto que queria para esse post. E me lembrei de uma exposição belíssima que vi do Andreas Gursky, fotógrafo alemão que trabalha digitalmente seus trabalhos para passar a impressão que ele tem dos momentos. E você fica horas olhando uma fotografia multiplicada por um computador, delicadamente, mas que te dá uma sensação de imensidão e de loucura, às vezes. Ele já foi chamado de coreógrafo do caos. O único problema para achar as fotos foi que eu não me lembrava o nome dele. Pode? Então entrei no arquivo do Centro Pompidou, das exposições de fevereiro de 2002, e achei. E qual foi meu caminho? Google, claro.

Penetra
Esqueçam a história que falei dos posts deletados da K, do Incompletudes. Foi um penetra sacana. Invasor do mal.

Je t´aime
No melhor estilo difusa de ser, vou pular para algo mais agradável. E tenho meus motivos para isso, tá? E vamos de Je T´aime moi non plus, com Jane Birkin -- que deu show mês passado no Brasil -- e Serge Gainsbourg. Aliás, tem uma questão nesse moi non plus, que deveria ser moi aussi, eu também. De qualquer jeito, uma das músicas mais eróticas de todos os tempos.

maio 11, 2008

Tartaruga não é iguaria

Conversando um dia desses com a antenada Andarilha ela me falou sobre o site Brasil Sabor, uma iniciativa do Ministério do Turismo junto com a Abrasel (Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes) e que tem como objetivo divulgar os prazeres da nossa mesa tanto aqui quanto no exterior.
O site, realmente, é muito bom e faz parte da iniciativa Festival Brasil Sabor, quando vários restaurantes, de regiões diferentes, fazem promoções com preços mais acessíveis para divulgar o que está sendo oferecido nas mesas brasileiras.
Mas, como disse a Andarilha, tem um erro imperdoável quando trata de iguarias. A definição de iguarias para eles é assim: " ficam estabelecidos como iguarias todos os produtos diferenciados da gastronomia. Seja uma simples fruta ou um cozido que leva horas para ficar pronto; nesta seção está incluído aquilo que faz crer na existência do sublime".
E, na lista do sublime, está a carne de tartaruga. "Desde os tempos da colônia, a tartaruga sempre foi uma das iguarias mais disputadas em banquetes oferecidos pelos nobres. Nessas ocasiões, eram servidos inúmeros pratos que tinham o delicioso e simpático quelônio como protagonista. Dentre as receitas, havia sarapatel – feito com o sangue e os miúdos do bichinho -, peito assado, picadinho, sopa, guisado, e até uma farofinha bem brasileira. E ainda, de sobremesa, para fechar a noite com chave de ouro, uma tradição portuguesa: ovos moles (de tartaruga, evidentemente)".
Eu aguento uma coisas dessas? Socorro. Andarilha, que não é de ficar quieta, mandou um email para eles, protestando, mas não obteve resposta. Não basta dizer que comer tartaruga é "sublime" mas ainda há a coisa esquisofrênica que é a de um órgão do governo apoiar essa idéia enquanto outro, ou seja a Petrobras, coloca recursos no projeto Tamar, que é o programa brasileiro de conservação das tartarugas marinhas.
É uma pena que isso esteja lá, porque a iniciativa é realmente boa e o site vale uma visita, com certeza. Mas sem esse absurdo. Já mandei meu email e se vocês quiserem também se manifestem. Marta, acorda, mulher.

Censura? Invasão?
Continuando na linha serviço blog de denúncias, aconteceu algo muito grave no blog Incompletudes. Outra blogueira antenadíssima, a K, publicou recentemente um post sobre a notícia que ela leu dizendo que a Livraria Cultura havia cortado o plano de saúde de um funcionário porque ele tinha câncer. Ela propôs um boicote até que tudo fosse esclarecido e recebeu várias adesões, a minha inclusive. A Cultura mandou um email explicando, mas nada muito convincente. O problema, agora, é maior. Todos os posts dela sobre o assunto, os comentários feitos e os emails que recebeu foram deletados do blog dela. Como pode alguém entrar no seu espaço, que você acessa por senha, e fazer algo assim? Gravíssimo e acho que quem ficou devendo explicações, agora, é o Wordpress.

Mães
No estilho alhos e bugalhos (sorry, Eliana Mara) passo a tratar de algo mais docinho. Atrasado, mas de coração. Parabéns, mamães. E tias também, afinal elas não são segundas mães, nos ajudando e apoiando enquanto essas crianças crescem? Beijos para todas. O texto do Redneck para a mãe dele também vale a pena. E ele ainda foi o primeiro a me dar os parabéns.

Society
Achei esse vídeo do Jerry Hannan muito legal. Simples para uma música com uma letra tão forte. Ele é o autor da música Society, que entrou na trilha de Into the Wild.
"Society, you're a crazy breed.I hope you're not lonely, without me'.
Vale a pena. Divirtam-se.

maio 07, 2008

Las Colores


Almodóvar conta em seu blog que sempre foi questionado sobre as cores vivas que utiliza nos seus filmes. Suas respostas eram padrões, instinto, estado de ânimo, arte pop dos anos 70 e outras que lhe recorriam. Mas ao ser entrevistado, no final dos anos 90, por uma jornalista do Le Monde, com quem ele se simpatizou muito, resolveu se esforçar melhor para dar uma resposta.
Até para sua surpresa, se lembrou de um episódio envolvendo sua mãe. Ele a levou ao El Corte Ingles para comprar um vestido com o qual ela faria uma ponta em Mulheres à beira de um ataque de nervos. A moça que a atendia lhe ofereceu um vestido negro e ela disse que não, de jeito nenhum. A mulher não pediu explicação, mas mãe de Almodóvar resolveu dar assim mesmo. E contou uma história que nem mesmo o filho sabia. Aos três anos de idade ela perdeu o pai e vestiu preto pelo luto, como era regra geral. Só que na sua família várias mortes se sucederam, um tio, outro parente próximo, e ela acabou vestindo preto até os trinta anos. Quando estava grávida de Pedro, estava de luto. Foi aí que decidiu que nunca mais usaria aquela cor. E ele entendeu, finalmente, o que era o colorido dos seus filmes.
"Eu fui a resposta à injusta situação que ela viveu desde os três anos. Meus filmes são a vingança de minha mãe contra o luto". E assim seja, caro criador. Cores e cores nas nossas vidas.

É do Brasil, gente.
Eu pirei ou só faltou o Galvão Bueno gritando no anúncio que a Bovespa publicou hoje nos jornais, saudando o grau de investimento que o país alcançou? Me dá medo quando esse ufanismo vem da cabeça desses malucos.

Poderosa
Vamos combinar, não dava para sentir um tesão tão imediato que justificasse a Madona puxar uma garota desconhecida da platéia de seu show em Paris e dar-lhe um beijo na boca regado a champanhe. Eita mulher boa de marketing. Enquanto isso, Amy Winehouse conseguiu sair da cadeia depois de ter sido presa com drogas. Afe, essa menina. O site de apostas que montaram para o dia que ela vai pifar de vez deve estar bombando.

Ex-poderosa
Hillary, desiste, filha. Já está ficando feio.

Junho em festa
O mês que vem promete. Chuck Berry, sim ele mesmo, fará uma turnê pelo Brasil, começando pelo Rio no dia 17, São Paulo, 18 -- essas duas datas podem se inverter --, Curitiba no dia 20 e Porto Alegre no dia 21. E dá-lhe Route 66, Johnny B. Goode, Roll over Beethoven e muito mais. Vale conferir para saber qual o fôlego que ele ainda tem.
Joss Stone, lembram, também terá show em junho, de 13 a 19 também em São Paulo, Rio, Curitiba e Porto Alegre.
Se show já é bom, de graça é ainda melhor. Macy Gray e Herbie Hancock vão tocar juntos no Parque Villa-Lobos, no dia 1º . Eu já vi dois shows dela. Ou melhor, quase dois. Um ela caiu no palco de tão bêbada e demorou horas para levantar, com a banda fazendo as vezes super sem graça. Mas parece que já melhorou, não teve problemas no Live Earth no Rio.
E ainda é bom lembrar que agosto tem João Gilberto. Haja frilas para pagar tudo isso.

Bom, nada melhor do que Chuck Berry, que ainda recebe Steve Ray Vaughan e George Thorogood para um rápido duelo de guitarras.

maio 04, 2008

Felicidade é uma arma quente

O Redneck soltou um rugido muito bom sobre felicidade baseado no livro “Stumbling on Happiness” ("Tropeçando na Felicidade") do Daniel Gilbert. Eu pensei, não dá para ser feliz quando você passa o feriado em casa digitando letras, escrevendo palavras, pensando em frases e parágrafos. Tudo para acabar em tempo a primeira fase dos dois capítulos de um livro que você tem de entregar sobre um tema que nem interessa aqui. Mas o próprio Gilbert fala sobre nosso "talento incrível para encontrar formas de suavizar o efeito negativo". É verdade. E nada melhor do que você comer um pedaço de bolo de milho que acabou de ser feito por uma amiga, dar uma pausa para tomar cerveja com pessoas que você gosta e te querem bem, comprar um girassol para sua sala para chamar coisas que quer e pessoas que tem saudades e, de quebra, ter a comprovação de que cinco vezes gol é muito bom. E ainda sonhar que está alcançando o grau de investimento. Mas por mais talento que tenhamos, tem hora que realmente dá vontade de pegar o primeiro vôo para o Hawaii ou Jericoacora.
Mas uma coisa que sempre é boa é encontrar vida inteligente e sensível. Eu visitei a Revista Modo de Usar, feita por pessoas muito competentes que ajudam a divulgar o que há de melhor por aí na poesia e na arte. Eu conheço a Angélica Freitas, uma das responsáveis e posso dizer que se trata de uma pessoa com Q maiúsculo de qualidade. Aconselho a visita.
Passeando por lá, lembrei que nesse mundo felicidade também é uma arma quente.Eles apresentam três traduções para “Happiness is a warm gun”, do Lennon, uma de Drummond. Eu escolhi a do Fabiano Calixto.

A felicidade é uma arma quente
Ela não é uma garota que marca touca
Ela bem sabe a mão de veludo
Como uma lagartixa a uma vidraça
O homem na multidão e seus espelhos coloridos
E suas botas fodidas
Mente com os olhos enquanto as mãos fazem
Os trabalhos extras
A impressão em sabão de sua mulher
Que tanto comeu e doou ao Patrimônio Histórico
Mais uma dose, pois estou desabando
Caindo nas tralhas que esqueci na cidade-alta
Mais uma dose, pois estou desabando
Madre Superiora saca a arma
Madre Superiora saca a arma
Madre Superiora saca a arma
A felicidade é uma arma quente
A felicidade é uma arma quente, mãe!
Quando eu a pego nos braços
E sinto meu dedo em seu gatilho
Sei que ninguém pode me fazer mal
Porque a felicidade é uma arma quente, mãe
A felicidade é uma arma quente–
Sim, ela é
A felicidade é uma arma quente, sim
Arma!Bang! Bang!!Pow! Pow!!
Bem, você não sabe que a felicidade é uma arma quente, mãe?

Para acompanhar, a belíssima canção do Álbum Branco. Divirtam-se e boa semana.

Antes que tudo fique fantástico

Eu não assisto, mas há quem assista. Então, vamos aproveitar o que ainda falta para os primeiros acordes da abertura do Fantástico que marcam, oficialmente, o fim de feira. Como o Pedro disse que o Damion Albarn, no outro vídeo, estava muito Thom Yorke, vamos com o próprio Radiohead no clássico Creep que, lindo com eles, também teve muitos covers belíssimos. Sei que vocês conhecem, mas não custa escutar de novo. Na verdade, eu preciso escutar de novo. A canção já chegou a entrar na lista das melhores músicas na guitarra (não fui eu que disse,Neil), e a letra é extremamente sensível, com a falta de arrogância escancarada de um homem no seu amor por uma mulher.
"I wish I was special,
you're so fucking special
But I'm a creep, I'm a weirdo.
What the hell am I doing here?
I don't belong here"

Ah, errou quem achou que era algo para sacudir antes do Fantástico. Não, é para que tudo fique mais arrepiante.

Um pouco de bossa nova

Na série Classic Albums do The Doors tem alguns bastidores interessantes. Em um deles, o baterista e percussionista John Densmore conta da influência da bossa nova na música Break on Through (To the Other Side), algo que ele já tinha comentado antes. Aqui tem um trechinho do vídeo que ele fala disso.

maio 01, 2008

Nova missão

Alvo -- Deadline
Objetivo -- Destruição total
Autorizações -- Qualquer meio necessário
Tema -- Remix de Adam Clayton e Larry Mullen Jr (hot, hot)