agosto 23, 2010

Uau !!!


A situação é ruim, como sempre: repressão a um protesto estudantil em Valparaíso, no Chile. Mas a foto do Eliseo Fernandez, da Reuters, ficou muito boa.

agosto 22, 2010

Complexidade zero

Um dia desses, um amigo e eu conversávamos sobre vários assuntos, até que ele começou a falar sobre como o ser humano é complexo, mesmo que aparententemente simples. Eu pergunto, quase que distraidamente, qual o nível de complexidade que ele me atribui. E a resposta quase me derruba: zero. Zero?

Não faz o menor sentido. Se praticamente todas as teorias da personalidade existentes consideram que ela é algo complexo, como posso ser zero? Rindo, ele responde que, inacreditavelmente, é assim mesmo. Ou seja, se ele escrevesse um livro em que a trama é totalmente influenciada por perfis variados e ricos, eu nem figuraria ou seria a personagem saltitante, sem nada a acrescentar ao enredo. Depois de falar de pessoas que convivem com inúmeros conflitos, com muitas dúvidas, com o ciúmes, com a inveja, com o ódio, com a fraqueza, com a paixão descontrolada, com os vícios, com a sensação de rejeição, a de se sabotar continuamente, dos complexos de alta e baixa, dos desejos proibidos e inconfessáveis, e uma série de outras coisas, lá estaria eu no final, a simplesinha, a bobinha, a alegrinha, a superficial, a desinteressante. Feliz da vida, enquanto todos se matam.

Eu me senti a própria inspiração de Kurt Cobain quando compôs Dumb. Só me restava protestar, mesmo sabendo que se o julgamento é esse, não há muito o que fazer. Mas apenas o fato de aparentar esse zero complexo deve representar um desvio gravíssimo, não? Muito, mas muito difícil de entender. Ou então, de repente, sei lá, posso descobrir que não tenho tolerância a tirar zeros. Esse pode ser o detonador de uma personalidade múltipla e enlouquecedora.E sabe-se lá que monstro pode sair da caixinha. Bom, qualquer coisa, vocês já sabem a quem culpar, não?

Californipot

Muita boa a maneira que a Califórnia decidiu sair da crise: liberando geral a maconha. E você, californiano, como vai votar no plebiscito dia 2 de novembro?

Fica quietinho...

Alguém sabe o que Bush está fazendo? Poucos. Nesse ponto o dumb mor parece ter sido mais esperto que seu "amigo" de guerra, Tony Blair. Não é que o cara resolveu escrever suas memórias e, com isso, relembrou todo mundo das mentiras que contou para justificar a presença da Inglaterra no Iraque? E a imprensa britânica só falta fazer um movimento "por que não te calas" para o cara. Aliás, ex- "o cara".


O massacre do "serra" elétrico

Uma vitória de Dilma no primeiro turno pode colocar o futuro político do senhor das trevas em uma situação muito complicada, não há dúvida. No entanto, ao contrário do que dizem, ele não estará só se esse cenário se confirmar. Perde a grande imprensa também, que mais uma vez está recebendo um aviso de que se foi o tempo em que conseguiam eleger um presidente pelas páginas de seus jornais ou até com a edição tendenciosa de um debate. Nem todo o bombardeio durante o governo Lula tirou do presidente os altos índices de popularidade. E nem toda a campanha quase explícita a favor do candidato do PSDB parece evitar que ele sofra essa humilhação. E, se nada mudar do que vimos nos últimos oito anos, ficaremos mais quatro sem uma oposição inteligente e disposta a pensar no país e sem um debate adequado dos meios de comunicação social.

Ela está chegando, não percam...

Grande Erykah Badu, a realeza do R&B, está chegando ao Brasil. Em São Paulo, show no dia 29. Ainda bem que a condicional que ela está cumprindo por ter tirado a roupa para um clipe (foi o que coloquei aqui há algum tempo) não prejudicou sua turnê. Não percam. Eu estarei lá !!!

agosto 13, 2010

Um fotoblog rápido

Eu substituí minha velha Olympus por uma Canon com um pouco mais de qualidade de imagem e mais zoom óptico. E saí por aí testando que nem uma doida. Agora, só falta o curso de fotografia para entender melhor a luz, principalmente, e outras coisas que fazem uma boa foto. Mas farei logo, daí vocês que me aguentem.































agosto 04, 2010

Engole essa risada !

Não tenho dúvida de que sempre é melhor rir. Mas me lembro bem da situação que minha mãe me disse "engole essa risada", da mesma forma que outras mães diziam com o mesmo ar autoritário, "engole esse choro". Ela havia se recusado a ser minha professora no primário, provavelmente porque achava que a primeira filha mimada se transformaria rapidamente no primeiro monstrinho da sala de aula. E ela seria obrigada a ser mais rígida e me dar castigos exemplares. Acho que tinha certa razão em preferir que eu me tornasse um monstrinho, o que já parecia inevitável, nas mãos de suas colegas.

Mas, durante um prova conjunta das duas salas, a minha e a dela, ela foi praticamente obrigada a se contradizer. Havia uma menina que estudava comigo, Angelina -- lembro o nome, vejam só, mas nem pensar em lembrar seu rosto -- que era boa aluna mas passava por momentos complicados. Sentada atrás de mim, ela não conseguia fazer a prova. Minha professora estava preocupada e pediu à minha mãe que "sugerisse" que eu a "ajudasse". Falando claro, que passasse cola ou soprasse as respostas no seu ouvido.

Minha mãe, para não contrariar a amiga e sabendo dos problemas da minha colega (que até hoje não tenho ideia quais eram, mas imagino que deviam ser graves), acabou cedendo. Ela praticamente sussurou o pedido de ajuda no meu ouvido. Minha primeira reação foi "ahnnn?", e a segunda, depois de confirmar que era aquilo mesmo que eu tinha entedido, uma tremenda gargalhada. Foi daí que veio a ordem "sutil" para que eu parasse de rir e fizesse o que tinha de fazer. E, mordendo os lábios, tratei de ajudar a menina.

Nunca mais tocamos nesse assunto, mas acho que no fundo minha mãe sabe que o meu lado B, totalmente desregrado, teve início naquele momento e com aquela frase.

A risada sempre foi uma companheira e uma encrenca na minha vida. Na verdade, muito mais companheira do que encrenca. Me trouxe descontração, leveza, alívio, esperança, mas me colocou em situações complicadas. Por força das circunstâncias do tal amadurecimento e das necessidades, aprendi, mais ou menos, a "engolir a risada". E quem diz o contrário não sabe o quanto poderia ser pior.

Não sei se por conta da idade, do avózinato, ou de outras coisas, percebo que a risada anda bem mais solta, o que é um bom sinal. Desde que mantidas as convenções, óbvio. Claro que quando o motorista do táxi me diz que a mulher no Irã iria morrer apedrejada porque "adulterou" o marido, não há como segurar. Mas gargalhar sozinha em um restaurante com o texto sarcástico de Anthony Bourdain já causa esquisitice. E não conseguir parar nem com os olhares indagadores, nossa, meio doida. Quem está acostumado a ver uma pessoa rindo sozinha mal conseguindo comer seu sushi?

Mas o pior mesmo são as situações sutis. Aquela em que as pessoas estão se levando tremendamente a sério, mesmo escancaradamente caricatas. Ou te dando conselhos, com a melhor das intenções, mas sem qualquer ligação com o seu mundo. Ou com o mundo de qualquer um. Nessas horas, a boa educação diz para você fazer de conta que não está percebendo e seguir adiante. Mas como fazer isso com o risômetro aberto? Lembre-se do que sua mãe lhe ensinou.

Algumas situações podem fazer com que você passe por insensível, mesmo que não seja verdade, por má educada, pode ser, por prepotente, nem tanto, ou por idiota, o que não é o caso. Enfim, por nada que você gostaria que lhe fosse atribuído ou que fosse revelado.

Há ainda as escolhas que você faz e não consegue mais se desvincular delas. Ao encontrar um cara interessante, que não conta piadas, porque nem gosto, mas me faz rir com observações inteligentes e sagazes, a entrega só não é imediata, porque há outros pontos a serem pesados, mas é mais que meio caminho andado. E se no relacionamento ele some, te deixa plantada porque tem compromissos que acha mais importante do que estar com você? Não faz mal. Se for esperto, sabe que uma declaração inesperada e divertida pode lhe render muito mais do que qualquer explicação mal estruturada. Está ciente de que te fazendo rir, o que não é difícil, o cenário muda completamente. E a canção continua no ar até que você não veja mais graça e de um basta de vez.

Não estou com essa bola toda para rir à toa. Mas, no fundo, gosto de saber que há mais leveza para essa espontaneidade. Mesmo que haja um preço a pagar. Bom, esse é mais um post do blog-terapia que, como qualquer análise, só interessa ao analisado. Sorry, o José Simão tem blog, é bem mais divertido e te faz rir facilmente.

Transformers

Como não rir de um filme cujo título é "Transformers, a vingança dos derrotados"? Não assisti nenhum deles, se é que são vários, mas imagino que o anterior foi um sucesso inesperado para os produtores que, obviamente, ficaram doidos por uma continuação. Mas os roteiristas, deduzo também pelo título,encerraram o outro filme com uma vitória massacrante do bem, seja lá quem eles forem, e,dessa vez, precisaram recorrer a todos os artifícios para promoverem uma nova batalha com os quase dizimados. Que, por sinal, devem perder novamente, porque, elementar, meu caro, não dá para os "derrotados" retornarem e sairem vitoriosos, não? Em Hollywood, uma vez perdedor, sempre perdedor. E se o foi problema da tradução do título, o espírito permanece. Bom, não vi e não verei, nem para saber se é isso mesmo.

A sombra do vento

Imperdível. Quem ainda não leu,vale a pena. O catalão Carlos Ruiz Zafón faz um passeio magnífico por vários gêneros, entrelaçando histórias e estilos na Barcelona da década de 40. É daqueles livros que você não vê nenhum problema em varar a noite lendo e lamenta quando acaba. Não foi à toa que Zafón foi considerado uma das maiores revelações literárias dos últimos anos. Confira. (eu havia chamado de A sombra do Tempo, mas atento Chorik me alertou para o erro).

Mais essa?

Uma sessão mulherzinha rápida, o Javier Barden precisava ainda ser o primeiro da lista dos homens mais bem vestidos da Vanity Fair? Era mesmo necessário? Só falta ser bem humorado, afe.

Naperville

Quem mora em Naperville e passa por aqui? Fique à vontade, mas eu fico curiosa.

Use what I got

Uma performance de Lucy Woodward no Joe´s Pub, em Nova York, parte do Public Theater. Está aí um lugar que eu quero ir. Fica aberto a semana toda e sempre tem performances e shows, às vezes até três por noite. Para quem está por lá, fica na 425 Lafayette Street. Beba e dance por mim.