março 29, 2009

Todo dia...

Na quinta, as torradas nem estava prontas e ele disparou:
--Vencerá quem for mais eficiente, não há a menor sombra de dúvida.
-- Mas não deveria ser sempre assim?
-- Não interessa se tudo ficou complicado, pois é nesse panorama que a eficiência se coloca em marcha e se torna imprescindível.
-- Ok, então.

Sexta, correria em casa, minha filha e eu iríamos pegar a estrada. Mas ele não deu trégua.
-- A desordem ganha de goleada.
-- Sério?
-- Mas nem isso deve se transformar em motivo de preocupação.
-- Não?
--Pelo contrário, veja na desordem atual a oportunidade de você mostrar eficiência e firmeza em todas as suas intervenções.
-- Oportunidade, firmeza? Ok, então.

Sábado, mal sentei na mesa do café da manhã.
-- Muitas coisas poderiam ser diferentes e melhores, com certeza.
-- Mas com eficiência ou desordem, ou desordem na eficiência ou eficiência na desordem?
-- Por enquanto tudo depende da qualidade das pessoas que você se relaciona diariamente.
-- Ah, agora depende das pessoas?
-- Bom, como elas não podem ser mudadas, melhor aceitar tudo como é.
-- Aceitar? Ok, então.

Domingo. Preguiça total. Mas ele é implacável.
-- Aos poucos você vai conhecendo melhor o tipo de gente que se identifica com seus objetivos e anseios.
-- Mesmo?
-- Sua alma está se aproximando da tribo certa, mas ainda convive com as mesmas pessoas de sempre.
-- Mas não era para eu aceitar tudo como é?
-- Essa é uma contradição.
-- Não brinca! Bom, vamos ver o que você vai dizer amanhã.

Quiroga, meu amor, você sabe que eu te adoro. Mas dá para deixar esse papo existencial logo de manhã de lado e ser mais específico? Tipo amanhã à tarde o sol vai iluminar Peixes que estará na sua casa 12 e Capricórnio vai brilhar na 8 então é melhor não vender o carro. Ou a Lua entrou em Libra e sua casa 9 terá influências positivas então chegou a hora de planejar sua viagem para Jericoacoara. Não fica mais fácil?

Pesquisem, pesquisem
Eu adoro pesquisas que dizem como reagimos ao mundo, ao amor, ao sexo. No entanto, no final você tem poucas escolhas sobre qual o percentual se encaixa melhor. De um jeito ou de outro, todos são enquadrados. Ainda me intriga o resultado do levantamento relatado pelo Archive of Sexual Behaviour que mostra que os homens gastam em média 8,2 segundos olhando para as mulheres pelas quais se sentem atraídos enquanto não gastam mais de 4,5 segundos para as que não lhes são tão atraentes. E as mulheres, vejam só, olham da mesma maneira e o mesmo tempo para homens que as atraem ou não. Ou seja, muita grana em pesquisa para comprovar o que todos nós já sabíamos, mulheres consideram que pode haver muito mais que a aparência, uma possibilidade totalmente remota para muitos homens. Em compensação, eles são mais rápidos para se apaixonarem.
Mas o que me animou mesmo foi o estudo publicado pelo American Journal of Cardiology que mostra que médicos tiveram sucesso no tratamento da "síndrome do coração partido" com aspirinas e remédios cardíacos. Simples assim.


Tem aqueles que dizem que em termos de eficiência não foi muita coisa, que as companhias de energia elétrica tiveram de reforçar suas turbinas para o momento em que todas as luzes seriam religadas. Mas acho que a questão não estava apenas na economia de energia no dia do Planeta e sim para que o processo de conscientização ganhasse escala, não? Assim, valeu. Essa foto é de pessoas no London Eye olhando a cidade apagada no sábado.

março 24, 2009

Adelante

Reflexos são bons sinais, pelo menos dá para ter certeza que há luz no fim do túnel. Foto de Miru Kim.

Refilmagens
O que leva alguns estúdios a fazerem uma refilmagem? Atualizar? Dar lugar para grandes atores brilharem nos papéis que na primeira versão foram mais apagados? Repetir boas histórias, já que os bons roteiros originais devem estar em falta? Tentar alcançar grandes bilheterias com fórmulas já conhecidas?
Assistindo a refilmagem de A Garota do Adeus (The Goodbye Girl) não há como não se perguntar porque isso foi feito. Na versão original, de 77, Richard Dreyfuss ganhou o Oscar pelo papel de Elliot Garfield, o ator que subloca o apartamento de um colega e quando chega lá descobre que a ex-namorada desse cara e a filha vivem lá. Marsha Mason vive Paula McFadden, ex-bailarina e a ex do ator que se mandou para a Itália passando o espaço para Elliot. Segundo se diz, Marsha vive o papel dela mesma já que o roteirista, Neil Simon, diz que se baseiou no período que foi casado com ela para contar a história. Com eles, trata-se de uma boa comédia romântica com ótimos diálogos e uma sintonia perfeita entre os dois personagens principais.
Em 2004 foi lançada a refilmagem que se chamou, vejam só, A Garota do Adeus de Neil Simon. Assisti hoje no Telecine e tive vontade de chorar. Jeff Daniels no papel de Elliot está exagerado, quase pastelão. Mas o pior mesmo é Patricia Heaton, a esposa do Ray em Everybody loves Raymond, no papel de Marsha. Sem graça, sem talento, sem provar a que veio. Como resultado, um filme chato, sem sentido.
Uma das melhores frases do filme é quando eles estão em um jantar romântico sabendo que, em seguida, irão para a cama juntos pela primeira vez. Quando ela lhe confessa que está nervosa, Elliot responde: "não fique, eu estarei lá com você".

Turista acidental
Para provar a bipolaridade desse blog, hoje aumentei minha cota de expressões inúteis que estão sendo usadas lá fora e um dia, quem sabe, podem até servir para algum viajante desavisado.

Social Notworking -- refere-se à prática de pessoas que gastam um tempo enorme em redes sociais no escritório quando deveriam estar trabalhando e não not working.
-- Se o chefe soubesse quanta "social notworking" ele faz todos os dias.

Facebookemon -- É referente à coleção de pessoas na lista de amigos do Facebook que você não conhece e muitas vezes nunca ouviu falar. São os próprios pocket monsters que originaram o nome Pokemon.
-- Confessa, a maior parte da sua lista é Facebookemon.

Lehman Sisters -- São as viúvas e namoradas dos executivos da Lehman Brothers que ficaram órfãos com a quebra da empresa.
-- Não conte com Fulana e Sicrana para ir às compras com você. Elas são Lehman Sisters agora.

Show, show
Só para registrar porque todo mundo já falou muito e o assunto cansou. Mas que o show do Radiohead foi um puta show, foi. De arrepiar.

Surviving Desire
Não vou colocar música hoje, mas uma silenciosa dancinha na rua. Essa é a visão irônica de Hal Hartley, que adora destruir clichês das tradicionais histórias românticas. O filme é Surviving Desire, de 91. E, claro, com Martin Donovan, que adoro. Mas o que faria um cara com vontade de dançar após dar o primeiro beijo na mulher que ele está interessado, sem orquestra, sem chuva?

março 22, 2009

Tempo

Na sacada, em uma das primeiras noites de sua estação preferida, ela sentiu frio. Se protegeu do vento e acendeu um cigarro. Começou a escutar a tímida conversa dos dois que se conheceram em um cruzamento qualquer. Sabia que havia algo familiar naquilo. Era o momento que eles pressentiam a magia, mas não tinham a menor idéia em qual compartimento de suas vidas ela poderia entrar. A fraca lamparina não permitia que percebessem o brilho no olhar e sequer vissem as suas tatuagens. Ela torceu para que eles entendessem tudo antes que as esquinas os levassem. Teve vontade de lhes dizer que se não fizessem isso, agora, em um final de tarde triste, com a emoção podendo ser rastreada em suas peles, teriam de reconhecer que a hora foi incerta, dura e cruel. Eles se amariam e lamentariam juntos. Mas não haveria mais o que fazer. Ela estremeceu. Respirou fundo e tomou mais um gole do vinho enquanto tentava se lembrar onde estava quando deveria ter passado por aquele cruzamento.Talvez ainda tivesse dado tempo de lhe dizer, pegue a minha mão. E a minha vida inteira também.

Parting ways
By P.J.



março 17, 2009

Filosofia (barata) de banheiro

Por algum desvio de personalidade esse blog não resiste a momentos prolongados de emoção como o que gerou o post púrpura. Como uma draga ele precisa voltar à superfície e respirar todas as banalidades possíveis. Para ajudá-lo a retomar seu equilíbrio resolvi falar sobre algo que me intriga há anos e que, provavelmente, a ninguém mais interessa. Como, por exemplo, o que se passa na cabeça dos publicitários quando criam propagandas de produtos para banheiro. Falar da sala, do quarto (exploradíssimo), da cozinha, da copa, da sala de jantar, do jardim, tudo fácil. Mas e quando se chega a desinfetantes e aqueles odorizadores (que palavra é essa?) qual a melhor forma de atingir o cliente? Eu quase não vejo TV aberta e fico um pouco longe das propagandas (se bem que elas também invadiram a TV a cabo). Mas quando vejo parece que tenho uma atração por esse tipo de "reclame".
O que será que pensou o publicitário que colocou no ar aquela propaganda do menino que só quer fazer cocô na casa do Pedrinho? Achou, talvez, que essa era a melhor forma de discutir o prolongamento de uma fase anal ou, melhor ainda, o que pode representar para o garoto a amizade do Pedrinho? E, pior, imaginemos a cena da mãe apertando a campainha da casa do amiguinho para dizer que seu filho precisa usar o banheiro. Há algo mais constrangedor? Pior que isso só se o Pedrinho for obrigado a lhe fazer companhia. Ou não, vai saber.
Mas a coisa pode extrapolar. E temos a propaganda da mulher que diz que sua nora lhe contou que o produto X, para eliminar cheiros indevidos, dura cento e tantas vezes. E o que fez a SOGRA? Colocou um quadro no banheiro e obrigou toda a família a fazer uma marca toda vez que, depois de feitas suas necessidades, apertassem o tal produto. Ou seja, arrastou todos para o esgoto, sem qualquer escrúpulo, para provar que sua nora estava errada. No final, diz a mulher, não é que ela tinha razão? Mas isso ela confessa para nós, idiotas telespectadores, e é incapaz de admitir para a autora de contagem tão estúpida. Fica difícil lembrar o nome do produto, mas da sogra ninguém esquece.
E tem mais uma que me deixa chocada. Carol, que parece estar saindo de um café da manhã feliz e cantante de propaganda de margarina, atende a campainha de sua casa e o que encontra? Uma equipe de filmagem. E a "repórter", sem mais nem menos, pede para ver seu banheiro. Constrangida, a pobre Carol pede um tempo e corre para o banheiro para dar uma arrumadinha básica. Mas é interrompida pela equipe de filmagem que entra em seu banheiro e lhe diz que ela está fazendo tudo errado ao usar o produto Y e indica qual a melhor solução. Acho que nem mesmo lady Di, nos seus momentos de maior perseguição, conseguiu imaginar uma invasão de privacidade desse tamanho. Se eu tivesse a conta de uma operadora de telecomunicações faria uma propaganda em cima dessa. "Seu telefone está desbloqueado, Carol, ligue agora para a polícia".
Esse foi só um desabafo e acredito que não existam reflexões mais profundas (essa palavra dá até medo nesse post). Mas que gostaria de ver uma equipe de criação fazendo um brain storm (repetidamente chamado de toró de palpites, inclusive aqui porque, assim como lá, cá também padecemos de falta criatividade) para bolar uma propaganda desses produtos, gostaria. That´s all.


Que filme?
Final de tarde da sexta-feira. Chuva torrencial. Porta da locadora.
-- Não, não, você não vai pegar nenhum filme que se chama O Orfanato. Nem quero as palavras fatal ou mortal no título, por favor. Algo leve e engraçadinho, mas com o mínimo de inteligência. Não é difícil, é?
E o que faz minha filha, chocada com as recomendações estapafúrdias da mãe? Pega um filme que tinha Tormentas no nome. Não vou dar o título todo porque vou contar o final. Claro que reclamei, Tormentas? Você acha que pode ser algo leve? Mas ela argumentou que tinha o ator X, charmoso quarentão, e que tinha uma chamada dizendo "todo mundo tem direito a uma segunda chance para amar", ou algo muito parecido. Huuum, pode ser. Afinal, nova chance para amar é sempre algo estimulante, não?
Bom, resumindo, um casal, cada qual com seu conflito, se conhece em uma situação Z, passam alguns dias juntos por conta de uma tempestade quase furacão (as tormentas) e se apaixonam como dois adolescentes. O ator lindão viaja para longe e escreve cartas de amor maravilhosas para sua amada, sonhando com o momento da volta quando eles assumiriam a relação e a vida toda pela frente. Isso tudo um pouco mais da metade do filme, o que já me deixou apreensiva. Essas soluções são típicas de fase final. Bingo! Ele morre em uma circunstância meio non sense. Eu fiquei chocada: será que os roteiristas e os produtores do filme que apostaram na chamada (o direito a uma segunda chance, só para não esquecer) conversaram, em algum momento? Ou a intenção era mesmo provar que chances de novos relacionamentos são cada vez mais vulneráveis com o passar do tempo? Era para derrubar mesmo? Então, volto para minha teoria, para momentos de puro e banal entretenimento algumas palavras nos títulos são fatais. Ou mortais. Ou uma tormenta. Fuja.

All I Need
Eu sei, eu sei...o Multishow está com a semana Radiohead e não se fala em outra coisa na Praça da Sé. Mas, na verdade, acho que todas essas bobagens aqui foram uma forma de não falar sobre uma forte emoção que envolve o show de domingo e alguém muito especial que essa vida maluca me deu de presente. Não tem preço.


março 11, 2009

A cor púrpura no meu cais

Ponte Ross, na Tasmânia. Foto de Sam Abell.


Ilha de Skye, Escócia. Foto de Jim Richardson.


Estrela-do-mar em Sulawesi, Indonésia. Foto de Wolcott Henry.


Rockport, Maine. Foto de Ira Block.



Joshua Tree, no deserto de Mojave, Califórnia. Foto de Tim Laman.


Festival de Edinburgh, Escócia. Foto de Jim Richardson.


nossa senhora da flor roxa
rosai por nós
assim na vida
como no chão
a primavera de cada ano
nos dai hoje
encantai nosso jardim
assim como encantamos
o do vizinho
e não nos deixeis cair na tentação
de esquecer tuas flores
(Alice Ruiz)


Sensível
Não se trata de uma cor fácil. Teoricamente, diz respeito a um tom entre o vermelho e o azul. Mas qualquer sensibilidade na retina a essas duas cores já muda toda a percepção e denominação. Mas o melhor é seu histórico, nobre, altivo. Durante muito tempo, a cor era obtida de moluscos do Mar Mediterrâneo, muitos dos quais foram extintos nesse processo. Isso resultou em um dos mais caros pigmentos naturais do passado remoto. E, claro, uma cor dos nobres, das roupas dos imperadores romanos e até Nero chegou a ameaçar cabeças que ousassem vestir algo dessa tonalidade.
Para mim, hoje, ela herda a sensualidade do vermelho e a placidez do azul. E esse post que as tonalidades não o deixam monocromático só está aqui, claro, porque sonhei em púrpura. Uma mandala púrpura.
O bom disso aqui é poder fazer um post sobre uma cor. Sobre o que eu quiser. Quem não gostar, sorry. Volte outra hora.

Start wearing purple
Os doidos meio ciganos meio punks do Gogol Bordello.

março 04, 2009

É fato que o cérebro não consegue descansar enquanto está com todo o foco em manter a temperatura do corpo. Cansaço, que de físico passa a ser mental. Daqui a pouco atinge até a esfera espiritual. Como não consigo me imaginar com areia no corpo, ainda por cima, não vou mentalizar uma praia. Uma piscina, talvez. Mas, pensando bem, vou ficar com o fresco desse caminho que tanto adorei percorrer. E que torço para voltar.

Crônica de uma morte anunciada
A megastore Virgin, da Times Square, não andava lá essas coisas. Seções de camisetas, jeans, acessórios estavam ganhando espaço e desfigurando o que no passado foi um ícone da força da indústria fonográfica. Já era triste de ver. Agora, o fechamento da loja, marcado para abril, é bem significativo. As gravadoras choram perdas de 30% em suas vendas desde 2001 por conta dos downloads piratas. Eu tenho uma relação dúbia quanto a isso. Adoro ter o CD original nas minhas mãos, conferir os encartes. Talvez nem tanto quanto gosto dos vinis, mas é legal mesmo assim. E acho que todo o esforço do músico na confecção de um disco não pode ser pago em plasma. No entanto, quando vou comprar o CD novo do U2, por exemplo, fico puta da vida e me lembro de que não foi apenas a tecnologia que levou a essa situação. Lucros exorbitantes em cima dos trabalhos dos músicos causaram tantos danos quanto os Emules da vida. E vieram das gravadoras, do comércio, de toda a cadeia. Me dá ainda mais raiva quando vejos CDs de bandas que optaram por lançar seus álbuns com encartes de papelão para ter um custo menor para o consumidor tendo o mesmo preço dos outros que utilizam as embalagens tradicionais. Está lá, escancarada, a opção do músico pelo baixo custo e a loja te dizendo ah, nem percebi, tá?
Nada mais será como antes, a indústria sabe disso. Mas não larga o osso. Melhor prestar mais atenção no que fez André Midani, o mega produtor musical cuja biografia vinha acompanhada de um código para download legal em um site. Tentei utilizar mas desisti, mas a simbologia é importante. E hoje você já consegue comprar faixas de CDs pela internet mas, no Brasil, até isso ainda é caro e o acervo incompleto. E quando você tenta em outros sites, como Amazon, eles dizem qua opção ainda não está disponível no seu país. Mas chegará, ah, chegará.
E o prazer de ficar horas na Virgin garimpando e conseguir achar coisas incríveis a preços acessíveis passou a ser apenas sonho de uma noite de verão. Foi.

Susto
Para quem tem uma fumaça no lugar do cérebro, como eu me sinto, deveria ficar quieta. Mas não aguento. Devo confessar que os astrônomos de plantão me dão um certo medo. Como ninguém previu que um asteróide de até 47 metros iria passar raspando, raspando, da superfície da terra na última segunda-feira? Se bem que esse perto são 70 mil quilômetros, mas para eles mesmo é quase como se estivesse chegando na nossa cozinha. E só viram isso depois que passou?

Motown
Estão uma delícia os posts do Gabriel no Afroências sobre os 50 anos da Motown. Supremes, Temptations, Jackson Five.... Vale a pena.

Baba O´Riley
Por aqui passa muita música. Uns gostam, outros não e a maioria nem ouve. Normal. Mas só estranho quando vejo uma acalorada discussão sobre rock e eles não são citados..Então, Baba O´Riley, também conhecida por Teenage Wasteland. E para lembrar porque o blog tem o nome que tem. Por eles, The Who.


março 02, 2009

Que maico...

Se não conhecesse minha amiga até acharia que era delírio. Mas aconteceu mesmo com ela há algum tempo. Na praia, ela descobre que não levou os óculos escuros. Incomodada com a luz, resolve comprar um daqueles óculos vagabundos que são vendidos na areia a 10 reais. Sem qualquer fator de proteção, óbvio. Mas era para ser meio descartável. Ela só tinha uma nota de 50 reais e o ambulante pede para ela tomar conta do mostruário dele enquanto ia trocar o dinheiro. Uma hora, uma hora e meia, duas horas, duas horas e meia, sol indo embora, nada.
Ela pega o mostruário e resolve ir para casa. Antes, acha um “colega”, outro vendedor de óculos, descreve o seu ambulante, o cara diz que conhece, ela deixa o número do celular e pede para ele ligar a fim de fazerem a troca, os óculos X 40 reais. À noite, recebe uma ligação de um homem perguntando se ela se incomodaria de levar os óculos na praia no dia seguinte. Ela concorda, afinal teria os 40 reais de volta. Apesar de morar a duas quadras da praia, lá vai minha amiga com aquele mostruário rezando para não achar nenhum conhecido. As ondas de propagação de mal entendido no Rio de Janeiro são aceleradas, acho que vocês sabem. Bom, o dia inteiro na praia e, novamente, o ambulante não dá nem as caras.
Volta minha amiga para casa com o mostruário pelo segundo dia consecutivo. O porteiro do prédio, claro, não deixa por menos.
-- Dia ruim, não? Não vendeu nenhum óculos hoje.
Não vou reproduzir aqui a quantidade de palavrões que ele ouviu. E durante um bom tempo minha amiga ficou distribuindo óculos para quem chegasse à sua casa. A conclusão mais óbvia é a de que aquele monte de óculos não devia valer nem trinta reais e o cara ainda saiu no lucro. Maiiiico...

E o meu lago que estava aqui?
Alguém se lembra do irmão da menina de Tomates Verdes Fritos que morre depois de ficar preso na linha do trem? Uma das coisas que me lembro é dele contando uma história para a irmã sobre um lago que sumiu porque os pássaros o levaram embora. Antes fosse essa a explicação para o lago do meu parque que, simplesmente, desapareceu. Absurdo total.

Chama a encantadora
Não há como não lembrar de outro filme, Encantadora de Baleias, com a notícia de que 200 baleias encalharam na Austrália. Incrível.

Turista acidental
Insistindo nos termos que se pode ouvir em uma viagem, o de hoje é parade maker. O criador de paradas é aquele que dirige abaixo dos limites de velocidade e provoca uma fila de desesperados motoristas atrás dele tentando ultrapassá-lo a qualquer custo. É irritante mesmo.

Light my fire
Sempre é bom escutar novamente alguns clássicos. Mas, de repente, um deles está presente em um momento especial da sua vida e ganha novo sentido. É o caso dessa música, nunca mais conseguirei escutá-la sem me emocionar. The Doors.