junho 29, 2010

O Diniz escrevendo seu futuro?

Eu sempre penso que vou ficar completamente alheia quando começa uma Copa do Mundo. Normalmente não acompanho futebol, então por que me envolver? Mas é só começar que lá vou eu de novo. Tanto que já estou torcendo para acabar logo e eu ficar livre dessa praga por mais quatro anos. Mas acontece cada uma nessa competição...

Só faltava a eliminação de Portugal para que o futuro proposto pela Nike desabasse. O último astro da milionária campanha "escreva o futuro" que ainda estava na Copa, Cristiano Ronaldo, aquele que só joga com seu ego, como diz Veríssimo, foi mandado hoje de volta para casa. Os outros que faziam parte da campanha, o italiano Cannavaro, o francês Ribery, e o marfinense Drogba, saíram na primeira fase, e o inglês Rooney, resistiu só mais um pouco. O único latino da campanha, Ronaldinho Gaúcho, nem foi para a África do Sul. E a América Latina emplacou quatro times entre os oito melhores do mundo, vejam só.

Esse seria o mico número 1 da publicidade envolvendo a Copa do Mundo, não fosse a trapalhada homérica do anúncio do grupo Extra, patrocinador da seleção, na Folha de São Paulo. A situação ficou tão complicada que obrigou até um aparentemente constrangido, mas com certeza furioso, Abílio Diniz a se manifestar no Twitter, pedindo desculpas pelo erro e culpando o jornal pela troca de anúncios.

Um erro simples, quase banal para um país louco por futebol. O texto da propaganda do Extra, patrocinadora da seleção, dizia: “A ‘l qembu le sizwe’ sai do Mundial. Não do coração da gente.Valeu Brasil, nos vemos em 2014". E, sempre é bom lembrar, ‘l qembu le sizwe’ quer dizer "seleção" em zulu.

Bobagem, não? Depois de Diniz falar que estava tão indignado quanto os brasileiros que leram o anúncio, a Folha divulgou uma nota onde diz que o erro foi do comercial da empresa, não da redação. Dos jornalistas é que não seria, nem precisava falar, não?

Pés frios e gelados

Foi forte a campanha para que o Mick Jagger não fosse ao jogo contra o Chile torcer pelos brasileiros. Depois de ele assistir a desclassificação dos Estados Unidos, ao lado de Clinton, e da despedida da Inglaterra, passou a ser considerado o maior pé frio. Mas parece que quem tem pé gelado mesmo é o Eddie Vedder, do Pearl Jam, que antes do jogo postou no twitter um pedido de desculpas aos brasileiros pois ele iria torcer para seu querido Chile. Agora, quem sabe ele se lembra das suas felizes passagens pelos coffee shops de Amsterdã e resolve torcer pela Holanda, não?

Maradona

Por mais que fiquemos irritados, ele é o cara. Montou um time e tanto, que deve dar medo aos adversários só de olhar. Não com uma técnica impecável, mas com talentos, garra, e uma vontade alucinada de ganhar que dá a impressão que eles até crescem quando entram em campo. E o técnico baixinho não se intimida por nada, encara todo mundo de frente, pula, grita, e não se constrange nem um pouco em dar beijinhos de comemoração nos jogadores. Uma figura.

War

Li em algum lugar mas não consigo lembrar onde, então me perdoem a falta de crédito. Mas a frase é brilhante. "Objetivo da Copa 2010: eliminar a Europa, Ásia e um terceiro continente à sua escolha".

Vivo

Os espanhóis do grupo Telefónica torcem para que a vitória da seleção espanhola hoje, mandando os portugueses para casa, seja uma prévia do que vai acontecer amanhã em Lisboa, quando o conselho de administração da Portugal Telecom vai discutir, mais uma vez, a proposta da empresa pela compra da totalidade das ações da Vivo. Em um esforço de última hora, a Telefónica elevou a sua oferta para garantir o controle da Vivo para 7,15 bilhões de euros. Os portugueses resistem. Não sabemos ainda como se comportará a arbitragem....

Cristo Redentor

A reinuguração do Cristo, amanhã, promete ser um belo espetáculo. Com as cores verde e amarela, claro.

Memórias de outra Copa

Na Copa de 2002 assisti a maior parte dos jogos em Londres e apenas os dois últimos, inclusive a vitória sobre a Alemanha, em Amsterdã. Foram momentos inesquecíveis.

Eu guardei a tabela que veio junto com a Time Out e a atualizava a cada jogo. Por conta disso, me tornei um figura popular na escola onde estudava, já que alemães, italianos, franceses, portugueses, coreanos, japoneses, colombianos, venezuelanos, argentinos, mexicanos, suíços, sei lá mais de onde, e até os ingleses, sempre procuravam " a brasileira que tem a tabela" para saber quais seriam os próximos jogos dos seus times.

-- Aprendi rápido que não devia perguntar a um latino, com exceção dos argentinos, para quem eles estavam torcendo quando a disputa envolvia algum time latino. "Para os latinos, claro", sempre respondiam, com olhar de espanto por eu não saber disso. Tentei adotar essa prática, mas balancei um pouco hoje no jogo com o Japão, afinal temos aqui a maior colônia japonesa, não?

-- A comemoração dos ingleses no dia que eliminaram a Argentina demorou um dia inteiro. À noite ainda estavam de porre, dançando pelas ruas. Impressionante. E eu guardei o tablóide, cuja capa era a foto de uma cobrança de falta em cima dos argentinos, e o título, "não esqueçam a bagagem de mão".

-- Triste ver um italiano sentado na escada, chorando pela eliminação do seu time. Debulhando em lágrimas, sem qualquer constrangimento.

-- Para os mexicanos, nada poderia ter sido pior do que terem sido eliminados pelos Estados Unidos. Inconformados.

-- Passando em frente a um irish pub à noite, e vendo vários irlandeses com suas bandeiras, cantando e dançando, fiquei em dúvida se tinha visto certo o resultado do jogo deles com a Espanha. Não, eu estava certa, os espanhóis venceram e eles foram desclassificados. Mas iriam beber de qualquer jeito.

-- Véspera do jogo Inglaterra X Brasil, pub cheio e a certa altura descobrem que sou brasileira. Recebo Guiness de graça e muitas provocações, do tipo, vamos ganhar porque o Ronaldo sempre treme em final. Petulante, como toda brasileira até prova em contrário, só respondia que havia um erro na análise deles, aquele jogo não era a final da Copa, apenas a final para eles. Claro que só falava isso porque estava acompanhada de um inglês que por mais que não concordasse, também não reclamava. E fomos embora bem rápido.

-- Mas, infelizmente, para um inglês fanático nem um affair com uma brasileira pode resistir à vitória do Brasil, desclassificando o seu time. Ele leva dois dias, pelo menos, para voltar a falar com ela.

-- O israelense em Amsterdã, quando descobre que sou brasileira, me convida insistentemente para assistir à final, com meus amigos, no seu café. Ele queria muito estar ao lado de brasileiros quando a Alemanha fosse derrotada. Ele acertou o resultado, só não estávamos ao lado dele. Mas imagino como comemorou.

Tonight
Para começar a me desapegar desse mundo futebolístico, nada melhor do que voltar ao mundo musical com a sueca Lykke Li. Ela é ótima.

14 comentários:

BL disse...

Gostei da sueca. Da Copa, estou com Gana.

Anônimo disse...

Imagina se acompanhasse!

Pedro disse...

Patti, concordo com o Chorik, imagina se acompanhasse. Seria ótimo se você tivesse uma coluna diária sobre a Copa.

Que mancada do Extra, hem? Não estou acreditando, que coisa. Bem feito pro clã Diniz, nem interessa se a culpa foi da Folha.

Agora, sinto lhe dizer, minha querida, mas a Nike colocou de última hora o Robinho na campanha, justamente por causa da gafe com o Ronaldinho Gaúcho. Só que não veiculou na TV, como as outras, parece que está só na internet. E não tem o mesmo texto e a chamada para a campanha dos outros. Menos mal, vamos pensar positivo. Para ficar bem, ela deveria colocar também um holandês e o Messi.

Então o seu querido Ed torceu para o Chile, é? E você não reclamou?

Gostei muito da Lykke Li.


Beijos

Anônimo disse...

Ia comentar o que o Chorik comentou aí em cima... rsrs Imagnia, pra quem tá doida para acabar. Eu estou amando o clima de copa e nem que horas o Brasil joga amanhã, eu sei. Mas que estarei de bandeirinha e vuvuzela, nao tenha duvida.. rsrs

Quanto ao Extra, um erro pequeno, minusculo. Um erro de seleção e muda tudo. Nada mais do que "tem que estar atento". Sei bem como é isso.


Beeijos

Krikoland disse...

Como diria o bird Galvao, que que é isso, minha gente? Achei que a Patty tinha desistido do blog e ele está aqui, cheio de futebooool? Devolvam a Pattyyyy...

Então o namoradinho inglês some se o Brasil ganha, é? Típico.

E de Amsterdam, dá pra lembrar alguma coisa ou tudo virou fumaça? kkkkkk

Não consigo ouvir o vídeo. Trava direto.

Inté

hélio disse...

Huuum, que bom que voltou...
já estavamos organizando e preparando a cavalaria para sair em sua busca. Vida inteligente sempre faz falta e realça as diferenças do cotidiano estúpido que vivemos.

Nesta lista da nike só faltou o neymar do santos para completar os firuleiros-mascarados-autênticos.

Creio que os diniz acertarão o equivoco no final da copa com o brasil campeão... se ganhar amanhã da holanda naturalmente (joguinho dificil este). Ao contrário do maradona que voltará para casa após o jogo com a alemanha, e nos poupará o espetáculo grotesco de ficar pelado em praça pública, gracias. Concordo Patty, o maradona foi a gde atração desta copa pragmática, coerente, careta, quase mecânica. Teve cada joguinho chato...cada timinho.

Bem legal a sueca Lykke Li.

A1 disse...

Bom timing, começou a se despedir na hora certa.

Patty Diphusa disse...

Bl, too late for Gana...Adelante, Uruguai.

bjs

Patty Diphusa disse...

Chorik, ainda bem que é de quatro em quatro anos, não?

bjs

Patty Diphusa disse...

Pedro, então a culpa também é do Robinho e a maldição da Nike não falha?

Beijos

Patty Diphusa disse...

Celine, jogou fora as bandeirinhas? Triste, não? Mas boralá.

bjs

Patty Diphusa disse...

Kriko, some mesmo. E a possibilidade de ele ir no fim de semana com vc pra Escócia, nem pensar...

Claro que lembro de Ams..ams...como é mesmo?

bjs

Patty Diphusa disse...

Hélio

Fico muito feliz com "vida inteligente". E se a copa já era tudo isso que vc falou, agora está quase um big brother de tão chato.

bjs

Patty Diphusa disse...

A1, mas ainda estou empacada no tema, percebeu, né?

bjs