março 02, 2009

Que maico...

Se não conhecesse minha amiga até acharia que era delírio. Mas aconteceu mesmo com ela há algum tempo. Na praia, ela descobre que não levou os óculos escuros. Incomodada com a luz, resolve comprar um daqueles óculos vagabundos que são vendidos na areia a 10 reais. Sem qualquer fator de proteção, óbvio. Mas era para ser meio descartável. Ela só tinha uma nota de 50 reais e o ambulante pede para ela tomar conta do mostruário dele enquanto ia trocar o dinheiro. Uma hora, uma hora e meia, duas horas, duas horas e meia, sol indo embora, nada.
Ela pega o mostruário e resolve ir para casa. Antes, acha um “colega”, outro vendedor de óculos, descreve o seu ambulante, o cara diz que conhece, ela deixa o número do celular e pede para ele ligar a fim de fazerem a troca, os óculos X 40 reais. À noite, recebe uma ligação de um homem perguntando se ela se incomodaria de levar os óculos na praia no dia seguinte. Ela concorda, afinal teria os 40 reais de volta. Apesar de morar a duas quadras da praia, lá vai minha amiga com aquele mostruário rezando para não achar nenhum conhecido. As ondas de propagação de mal entendido no Rio de Janeiro são aceleradas, acho que vocês sabem. Bom, o dia inteiro na praia e, novamente, o ambulante não dá nem as caras.
Volta minha amiga para casa com o mostruário pelo segundo dia consecutivo. O porteiro do prédio, claro, não deixa por menos.
-- Dia ruim, não? Não vendeu nenhum óculos hoje.
Não vou reproduzir aqui a quantidade de palavrões que ele ouviu. E durante um bom tempo minha amiga ficou distribuindo óculos para quem chegasse à sua casa. A conclusão mais óbvia é a de que aquele monte de óculos não devia valer nem trinta reais e o cara ainda saiu no lucro. Maiiiico...

E o meu lago que estava aqui?
Alguém se lembra do irmão da menina de Tomates Verdes Fritos que morre depois de ficar preso na linha do trem? Uma das coisas que me lembro é dele contando uma história para a irmã sobre um lago que sumiu porque os pássaros o levaram embora. Antes fosse essa a explicação para o lago do meu parque que, simplesmente, desapareceu. Absurdo total.

Chama a encantadora
Não há como não lembrar de outro filme, Encantadora de Baleias, com a notícia de que 200 baleias encalharam na Austrália. Incrível.

Turista acidental
Insistindo nos termos que se pode ouvir em uma viagem, o de hoje é parade maker. O criador de paradas é aquele que dirige abaixo dos limites de velocidade e provoca uma fila de desesperados motoristas atrás dele tentando ultrapassá-lo a qualquer custo. É irritante mesmo.

Light my fire
Sempre é bom escutar novamente alguns clássicos. Mas, de repente, um deles está presente em um momento especial da sua vida e ganha novo sentido. É o caso dessa música, nunca mais conseguirei escutá-la sem me emocionar. The Doors.

28 comentários:

Anônimo disse...

Nem eu.

Anônimo disse...

boa a história, só não entendi pque sua amiga não aproveitou e não vendeu os óculos. 10 reais cada um ela é que sairia no lucro.

Acho que deveria ter uma pista só pros parade makers.

O lago que sumiu era do seu parque?

the doors, sempre.

bjs

Krisy disse...

Querida esse mico gigante foi com a nossa milga? É a cara dela.....
hahahahaha!
Bkjs
Cris Moura

Nicolau disse...

Excelente história tipicamente carioca. Ainda se fosse com o vendedor de dragão chinês. Maravilhoso.

Nada mais irritante do que parade makers. Só acho um nome muito bonito. De minha parte vou continhar chamando de filhos da...deixa para lá.

Beijos

anna disse...

um aplique carioquês de excelente linhagem!

que tragédia a do lago. agora, as opiniões dos enche agora/não enche agora e seus argumentos não me deixa ter uma opinião própria.

Menos Pausa disse...

Que história ótima. Ri muito aqui. eu acho que teria deixado os óculos na praia e absorvido o prejuízo logo. Persistente ela.

Vc falou de dois filmes que gosto muito. Mas não lembrava do lago, vou ver de novo.

É assim, vc só diz que a música mudou pra vc e não conta pque, é? Com esse nome, posso imaginar. hehe

Bjs

Anônimo disse...

se os doors fossem tão bons quanto nos querem fazer crer seus bajuladores post-mortem, rivalizaria com beatles e stones. mas a verdade, analisando friamente, é bem outra.

Vee disse...

Revisitando lugares de outrora. A imagem atual do blog é de deixar o queixinho caido!


Beijos!

Anônimo disse...

Ei, ei, ei, Marcio Gaspar, agora vc mexeu comigo. Não sou bajulador post mortem do Doors, sou fã, simplesmente.
Tirando as polêmicas performances do Morrison, acho que vc deveria ouvir novamente os álbuns da banda, o primeirão, The Doors, que traz The End, com mais de 10 minutos densos, e Light my fire, já sabendo trabalhar bem a influência do blues, o Morrison Hotel, o LA Woman e o Strange Days. Acho que vale a pena.
E salve Coppola que deu aquele impacto na abertura do Apocalypse Now, com aquelas imagens e a banda tocando The End. Não acho que haveria música, e banda, melhor para aquele momento. Isso é The Doors.
Não seria tão categórico quanto vc em dizer que a "verdade" é outra. Revisite a banda.

É isso.

Anônimo disse...

bandinha vagabunda com um bonitão 'poser' de voz empostada - uma cozinha (baixo e bateria) rastaquera e órgão xumbrega, tipo ed wilson. esse era o doors. as letras sim, eram boas, mas os dez minutos de THE END são um tédio absoluto, uma ante-sala do suicídio. coppola usou bem a musica no filme - tinha a ver mesmo com o ambiente apocaliptico de apocalipse now. mas é só. em termos estritamente musicais, não dá pra comparar doors com beatles, stones, yardbirds, cream, mc5, led zeppelin do começo, animals, e nem mesmo com a bandinha fulera que acompanhava a janis joplin.

Anônimo disse...

o creedence de 'cosmo's factory' era muito melhor também!!

Anônimo disse...

ô, ô, ô..

Caramba, quanta empáfia e falta de senso musical. Acho que nem vc acredita nesse órgão a la Ed Wilson, não é possível que acredite nisso. Nem nas outras bobagens que disse.
Posso até entender críticas a uma fase que a banda tentou ser mais "pop" e fez discos meia boca, mas estamos falando de outros que são referências por eles mesmos, e não nas comparações que vc faz. gosto das bandas que vc cita, exceto a que tocava com a Janis, mas isso não me impede de admirar o trabalho bluesetílicos do doors. Pensa bem, cara.
E o que vc queria de The End, de um disco de 66, dois anos antes da moçada explodir? É dramática, mas traduziu bem o momento e trouxe acordes belíssimos. Não dava para ser tão dançante na época, o que vc queria, Ivete Sangalo? Então procurou mesmo no lugar errado.
Vc pode dizer que é datada, o caramba a quatro, mas não dá pra não reconhecer o bom daquilo.
Vc me parece alguém que gosta da polêmica em si, meio Morrison até já que estamos falando dos Doors. E se vc já passou aqui para detonar o grunge sem sequer reconhecer a influência de Neil Young nessa moçada, fica mesmo difícil encarar uma discussão.

É isso.

Patty Diphusa disse...

Oies

Bombeira em ação!! Por partes.

Anônimo, I know.

A1, eu perguntei isso pra ela. Mas imagina só a raiva dela pra falar disso. rs.

Krisy, minha linda. É ela meeeesma. Nossa querídissima amiga.
Vc montou um blog?

Nicolau, o que eu acho mais tipicamente carioca é o telefonema que ela recebeu. Provavelmente do mesmo vendedor que ela conversou no final da tarde e que não perdeu a chance de aprontar uma.

Anna, sei que nessa é triste ver o buraco do ex-lago. E soube da disposição das pessoas de entrarem lá para salvar trutas, cisnes, sei lá. Emocionante.

Menos Pausa, isso aqui não é um diário, vamos combinar? Tem coisa que não dá pra falar. rs

Amélie, saudades de vc. Tks, mas não chega nem aos pés do Translation..

Marcinho, vc apelou feio, amigo. Pode não gostar, entendo, mas detonar dessa forma é bobagem, da grande. Perdeu a razão no exagero. E nas comparações, ninguém estava dizendo que era melhor que essa ou aquela. Só que era boa.
Estou com o Pedro nessa discussão.
Mas os dois apelaram, vai, Ed Wilson e Ivete Sangalo, tem dó. rs.

E tá de bom tamanho, não tá?

Bjs para todos

Patty Diphusa disse...

Ah, e vou defender Light my fire forever, tá?

Anônimo disse...

Conte comigo.

(desculpe mas a bola passou quicando, tá? rs)

Anônimo disse...

Boa amaciada Patty. Pelo menos neguinho aqui parou de babar. hahahaha

Abs

Neil Son disse...

pedro, 'modéstia às favas´. então vamolá: não te conheço, mas pra discutir 'senso musical' comigo... é ruim, viu? vc tá falando com alguém que viveu e vive ali dentro, no olho do furacão, um cara que trabalhou por 15 anos em gravadoras e conviveu com os maiores artistas nacionais e alguns internacionais, que acompanhou turnes pelo brasil e pelo exterior, que entrevistou dylan, mccartney, mclaughlin, ian anderson, g.harrison... e patty: to falando do doors como um todo, e do aspecto musical. duas ou três musicas boas (light my fire entre elas) não credencia uma banda como boa. e o grunge foi influenciado pelo neil young, mas desde qdo influência é chancela de qualidade? o paulo coelho se diz influenciado por gandhi, jesus cristo e buda, até aí morreu neves. e esse papo também.

Anônimo disse...

esse Neil aí sou eu.

Anônimo disse...

Marcio

A Patti me disse tudo isso. Parabéns, acredito em vcs dois. Mas, me desculpe, essas credenciais, por si só, não me dizem muita coisa. O Zeca Camargo entrevistou e conviveu com mais gente, até lançou um livro, e acho o cara um desorientado, inclusive para falar de música.
Concordo que influência não quer dizer muita coisa se o próprio Neil Young não tivesse reconhecido as crias, inclusive produzindo um disco belíssimo com uma banda grunge. que claro, vc deve conhecer.

E enterramos Neves.

boa sorte

Anônimo disse...

Uuuu huuuuuuu....que delícia.

chego aqui e olha só o que encontro, incêndio na floresta. deve ser esse calor insano.
o lord tbem briga patty. quem diria, aquele moço tão comportadinho que só vinha aqui babar por vc. kkkkkkkkkkk
E esse marcio gaspar, hem, menino porreta, já fez tudo isso?

Olha adorei a história da sua amiga. Eu, no lugar dela, já teria negociado todos aqueles óculos com o "colega" da praia. Qualquer graninha e ele tava levando.

Patty, minha mãe é parade maker. E surda, graças a deus, pque se escutasse metade do que dizem pra ela, coitada.

Inté

Patty Diphusa disse...

Pedro, eu entendo que referências podem ser vistas de várias formas,depende de como são apresentadas. Mas no caso do Marcinho eu garanto, não tem nada a ver com Zeca Camargo. Ele tem muito mais conteúdo que o outro não passa nem perto e só não lançou um livro pque as histórias seriam tão picantes que ele ia morrer com uma grana nas mãos dos advogados.

Já sobre Neil Young, fecho com vc.

Kriko, vc andou sumida. E continua gostando de uma polêmica, hem.Boa idéia ter vendido pro colega. rs.

O lord não fica babando. Ele é um gentleman e uma pessoa muito especial. É isso.

Bjs

Anônimo disse...

Puxa, amiga, deveria ter desconfiado que o meu mico ia virar post! Pelo menos você não contou a do bueiro (rsrs). Krisy querida, como você sacou que a personagem em questão era euzinha?
Beijos grandes

Anônimo disse...

... conclusão óbvia Patty, é que a sua amiga teve uma consideração e uma honestidade admirável por alguém que não vale nada. São atitudes como esta que dão uma leve esperança, para que um dia o Rio saia do buraco negro em que se encontra. Que mico que nada... Parabéns!

Não entendi pq a opinião do Marcio causou tanta ira. É a opinião dele, uai! Que, aliás, concordo.
Não sou fã dos Doors, mas ouço e gosto dos tranqueiras... hehehe!

Patty Diphusa disse...

Inhaaaa, gostei do nick. Mas acho que ainda sou mais Marilou. rs. Do bueiro, não. É mais pesada, eu diria.

Helio, acho que vc tem razão sobre a minha amiga sim. O que eu acho mais sacana na história foi a ligação da noite, essa obviamente pra utilizar da boa vontade dela.

Sobre a discussão dos Doors, acho que não tem essa ira toda não. Foi polêmica e talvez os dois lados tenham se irritado um pouco além, mas acho normal. Acho que o Pedro também estava defendendo sua opinião, como o Marcinho.

Bjs para todos

Anônimo disse...

Obrigada, Hélio, a amiga do mico sou eu. Bjs a todos.

Anônimo disse...

Eu mal tinha começado a ler a história e já sabia que se tratava da Inha...essas coisas só acontecem com ela. Como disse o Hélio, vai ver que é porque ela é gente boa toda vida!

Anônimo disse...

aiaiai eu te amo, miulga. beijão.

Anônimo disse...

Mas que a história é bem divertida, lá é.

Diphusa, eu gosto dos Dooors e adoro Light my fire. Tens meu apoio.