junho 19, 2008

Os guerrilheiros verdes

A Andarilha me passou o site Guerrilla Gardening que saiu em uma matéria do Globo no sábado. Ele foi montado por um publicitário londrino que passou a se dedicar ao movimento de "invadir" praças, parques ou qualquer área com terras abandonadas e maltratadas para plantar um jardim no local. Essa guerrilha é bem antiga e o termo nasceu em Nova York, há 30 anos, com os Green Gerrilas (com um L só mesmo). E tem proliferações por vários lugares do mundo e a lista de links é grande, Berlin, Toronto, Bruxelas e outros tantos. Há, inclusive, um link para o clean grafitti em São Paulo de Alexandre Orion.
No site, mostrando as iniciativas em Londres, já são quase 30 projetos de restauração de jardins e praças -- como o da foto -- inclusive muitos no centro da cidade, ao lado de paisagens belíssimas, que estavam abandonados. O site traz várias dicas para você estabelecer sua estratégia de se tornar um guerrilheiro da jardinagem. Primeiro, claro, escolher um lugar de terra abandonada. Você vai se surpreender, diz o site, com o tanto de lugares assim que você vai encontrar depois que começar a prestar atenção. Em seguida, marque na sua agenda uma data para o ataque noturno, estabeleça uma estratégia, procure fornecedores locais para as plantas que, lembrem-se, precisam resistir a uma série de intempéries, proteja seus sapatos com sacos plásticos, leve muitas, muitas sacolas, e uma série de outras providências. Até um cartaz simulando uma mulher é bom para distrair os policiais ou para dar a impressão de que você procurou um local ermo com intenções mais carnais e não tão pueris. Vale a pena conferir.

Não parem a medicação
Se por um lado você tem iniciativas como essa, por outro tem hora que dá vontade de perguntar se o mundo anda tomando sua medicação. Não vou nem falar da pobreza e da fome porque isso todos nós sabemos. Mas de como as pessoas estão enlouquecidamente gastando a grana que possuem. Não é que um cara não sei de onde ofereceu US$ 1 milhão pelo demo do novo CD do Axel Rose. Lembram-se? Aquele que já era para ter sido lançado há séculos? O bom é que ele talvez doe esse dinheiro para a caridade e não para o Axel. Isso se o doidaço concordar, claro. Mas se tem essa grana para doar, porque já não fez isso?

Titanic
Nessa mesma linha do mundo executando operações ilegais mais um colete salva-vidas do Titanic vai para leilão. E a expectativa é de que seja arrecadado até US$ 80 mil. O último, leiloado em Londres, foi vendido por US$ 119 mil. Mas o que leva alguém a pagar um tanto desses por um colete que nem deve ter salvo ninguém? Segundo o leiloeiro o colete é tão pesado que sobreviventes ou vítimas devem ter quebrado o queixo ou o pescoço logo que caíram na água.
Eu passei por Cobh, a cidade irlandesa onde tem o memorial do Titanic. Aliás tudo, restaurantes, bares, lojas, tem fotos, mapas, e o escambau do famosésimo. E eu me perguntava porque tanta comemoração só pelo fato de ter sido a última cidade onde eles ancoraram antes do barco afundar? Mas, claro, me esqueci dos coletes.

Wish
Tem algo que eu torço para reconhecer quando encontrar. Lucky star in your eyes.

I believe in miracles
Because i´m one.
Só por conta disso, e como eles estão em tour, um cover dos Ramones pelo Pearl Jam em São Paulo.

11 comentários:

Anônimo disse...

Ei Patty. Sarou? Tudinho?
Eu quase não consigo ler e comentar aqui no seu blog; quando a página abre, executa-se um script sei-lá-das-quantas que coloca meu computador em looping...
Cheguei a imaginar que fosse represália contra as sacanagens que faço contigo, relativas ao governo federal... rsssssss
Gostei da volta dos "inter-textos".
A postagem de baixo me lembrou de um outro crime quase-perfeito: sujeito entrou armado num avião e, já em cruzeiro, assaltou todos os passageiros. Depois saltou de pára-quedas. Por que quase-perfeito? Imagine o que aconteceu...

Roberto disse...

ôpa!!

Parabéns pelo texto.

Aproveito para convidá-la a conhecer o GIA - Grupo de Interferência Ambiental, criado em 2002 por um grupo de estudantes de Salvador.

O GIA distribui folhetos convidando o público a realizar ações poéticas nas cidades, sempre de maneira muito bem-humorada.
As idéias são simples e eficientes: formar uma fila para admirar o por-do-sol, por exemplo (e todo mundo sabe como, nos centros urbanos, as pessoas reparam nas filas).

O conceito é ajudar as pessoas a tornarem-se sujeitas de sua história. Tem também o projeto Caramujo, uma simples lona amarela, usada para transformar um local em um abrigo ou ponto de ônibus inusitado, ou uma moradia para sem-tetos e por aí vai.

As interferências urbanas provocam estranhamento e levam as pessoas a refletirem sobre o seu papel na cidade.

Um abraço,

Anônimo disse...

Nossa, Patti, esse texto me trouxe saudades. Há um tempo, ainda na faculdade, tinha um grupo que se organizava para "atacar" jardins e praças abandonados. Eu tive uma namorada que era "guerrilheira", na verdade mais uma jardineira diletante. Eu nunca fui, mas eles se divertiam muito.

Isso veio de um grupo de Curitiba, senão me engano. Há pouco tempo eu vi que continua essa história, de uma forma mais articulada. Parece que é algo como Jardinagem Libertária, ou Anarquista, ou algo parecido. (se é que são parecidos.rs). Vou procurar saber e te mando.

Sobre a loucura no mundo, como você muito bem diz é melhor não tirar o medicamento.

Eu estou bem, querida. Tks. Estava com uma penca de trabalho, só isso.
Mas gostei do carinho. Vc é mesmo especial.

Beijos, assim

Anônimo disse...

Ah, valeu o vídeo também. Esse é o show do sábado? Vc foi qual dia? Deve ter ido, sem dúvida. Ou foi os dois, como o U2?

Esse arranjo do PJ para essa música está muito bom e o EV canta com garra.

E eu também acredito em milagres porque também sou um.

Beijos, again

Reiko Miura disse...

Sabe que tinha um japonês que adotou uma pracinha ao lado da padaria que fica perto de casa, a Europão. As pessoas passavam e estranhavam aquele senhor agachado plantando e cuidando das plantas. Como troquei de padaria, deixei de passar por ali. Outro dia vi a pracinha. Tá linda, os arbustos já grandes, flores diversas. Fiquei super feliz.

Já pensou se a moda pega por aqui? Eu ia adorar.

bjs.

Anônimo disse...

É, Andarilha, durante o dia ainda vá lá. Mas sair à noite, com sacos plásticos nos pés e ficar cutucando terra em praças escuras, nem com o capitão Green do lado.

E sem proteção policial? To fora. Se bem que com proteção também, né, pque se vc precisa deles é pque está encrencado.

Agora, Patty, que colete é esse? kkkkk É para salvar vidas mesmo? Quebrando pescoços? kkkkkk Então se o Leonardo tivesse conseguido um teria morrido do mesmo jeito?

Lorde, to quietinha, tá? Também depois daquele banana do Betão, nem sou louca. Mas presta atenção, amigo.


Inté, só volto em edições extraordinárias. kkkkkk

BL disse...

boa Patty

Que show maravilhoso esse. E o Eddie bebaço mas feliz da vida. Hoje tem show, aquele canal que eu coloquei lá vai passar.
Ontem ele cantou com o Michael Stipe no show do REM. Vou botar o vídeo depois. Pode coisa mais gostosa?


Bjs guria -- guerrilheiros verdes já.

Anônimo disse...

Esse BL é do babado, hem.

Acabei de ver o vídeo, Patty. Como já disse, vc me fez gostar desse cara, então aguenta.

Agora, Pearl Jam com Ramones com propaganda das Casas Bahia é demais. kkkkkkkkkkkkkkkk

Essa nem era uma edição extraordinária.

Inté

Anônimo disse...

Patty, esse show foi sábado. Eu fui. Muuito bom.


Kriko passou a raiva de mim?

bjs pras duas

betão

Anônimo disse...

Patty

Essa foto que vc colocou no blog está ótima. Deu uma cara diferente. Eu tinha esquecido de comentar isso.

Beijos, boa noite.

Patty Diphusa disse...

Ois

RM, ótima a história. Não entendia a parte, já em cruzeiro? Que cruzeiro é esse?


Roberto, vou dar uma busca para saber mais do GIA. Ou vc tem um link para passar? A história é boa e, realmente, essas interferências urbanas tem esse efeito mesmo. E nos dá uma sensação boa de que se podemos interferir em pequenas coisas, porque não nas maiores?

Pedro, tks pelo link. Vou deixar aqui caso alguém se interesse. O blog do povo de Curitiba é www.jardinagemlibertaria.worldpress.com. Vale a pena dar uma olhada.

Então, o senhor namorou uma guerrilheira verde, hem? E porque não ia com ela para a gandaia da plantação? rs.

E legal que vc gostou da foto. Também achei que deu uma mudada geral.

O show, como já disse o Betão, foi no sábado mesmo. Mas eu assisti na sexta, debaixo de chuva, em um clima bem Seattle.

Andarilha, não é uma má idéia, não? Porque não pensamos em algo parecido aqui na nossa vizinhança? Começamos com canteirinhos e vamos adotando parques. Que tal?

Kriko, tem razão. à noite nem pensar. E parecendo malucos com os plásticos todos. Imaginou?

Ainda bem que vc parou de provocar o Pedro, não? E Betão tenho certeza que a raiva dela passou. É uma boa menina, no fundo. Talvez bem no fundo. rs.

BL vc viu o show? Eu saí e só voltei agora há pouco. Mas a conexão era boa?

Bjs para todos