Não ando gostando muito da simplificação da mente humana à de um simples crustáceo que anda circulando por aí...a fábula da fervura da lagosta não me diz muita coisa..diz a lenda que para ferver lagostas machos é preciso tampar a panela para evitar que eles se unam e escapem. E para as fêmeas nem é preciso se dar a esse trabalho porque elas nunca se unem. Se é mesmo dessa forma, deveria ser entendido mais como uma manifestação diferenciada da natureza e não tentar transpor isso para o que ainda nos resta de humano. Ou virar mais um episódio do Discovery, e pronto. Querer relacionar isso à nossa vida é, no final das contas, uma forma de prolongar o estereótipo de que as mulheres são competitivas e vigora a harmonia no competitivo mundo masculino. Está certo que desde que queimamos nossos sutiãs andamos metendo o bedelho nessa esfera, mas as lagostas nem sabem disso. O que eu poderia entender é que, na tentativa de sair, elas ficassem falando, falando, falando e, de repente, ai, ferveram...mas não por ficarem de urópodes cruzadas.
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