É preciso tão pouco, não?

Acabou de chegar a fatura do meu cartão de crédito e estou arrasada. Eu fico pensando, precisava mesmo de tudo aquilo para ser feliz? É impressionante como gostamos de acumular coisas para dar a impressão de que estamos indo no caminho certo. Totalmente errado, claro. E os momentos mais felizes chegam de coisas tão simples, não? Isso já virou o clichê mais em desuso dos últimos tempos. Ninguém quer ouvir mais isso. Mas o pior é saber que é a mais pura verdade. Vejo o que comprei e o que não abriria mão, dos DVDs, claro, dos livros, e talvez daquela blusinha que eu amei. Mas isso não chega nem à metade dos gastos. E o resto é pura compulsão e desvario. Muito madura, eu, não? É nessa hora que faço as promessas mais sinceras, de que vou ser feliz com bem menos, que tem coisas na vida que não têm preço nem são cobradas em cartões e é a elas que vou me dedicar, etc, etc, etc...Mas quando eu faço essas promessas parece que estou programando começar aquela dieta, parar de fumar, deixar de ser tão maluca...Não, força na peruca, vamos adiante...Amanhã mesmo vou assinar a revista Vida Simples... ai, gastar de novo? Chega, eu sou uma mulher, não uma rata...me aguardem no pós-modernismo do não consumismo. Vou surpreender.