dezembro 12, 2007

Cem anos é uma bobagem?

Ele faz 100 anos no sábado, todo mundo já sabe, mas pelas suas declarações isso é uma grande bobagem. Pode ser mesmo só um número redondo, mas que número. Como não admirar um cara que manteve a lucidez e a mesma trajetória por tanto tempo, apesar de todas as avassaladoras mudanças à sua volta. O comunismo, na forma que Oscar Niemeyer defendia, se foi, embalado em caixas de McDonalds. Mas ele continua comunista, na sua essência mais pura. Também viveu para ver que o capitalismo que ele tanto combateu não se segurou como vencedor e hoje não são poucas as sociedades que, desesperadas, buscam governanças em todos os níveis hierárquicos e sociais. Querem funcionar como cooperativas mas, infelizmente, ainda mantendo o status quo da pirâmide. Mas ele passou por tudo isso com a mesma certeza no seu caminhar. E como não entender alguém que se recusa a sair do seu escritório para receber uma medalha de Ordem do Mérito Cultural e obriga o presidente Lula a ir até ele para entregá-la. O embaixador francês também teve de ir ao seu escritório para lhe entregar outra medalha, pelo seu aniversário e pelo conjunto da obra. França, um país tão querido para ele. E o que podemos dizer de alguém que fez suas melhores obras a partir dos 80 anos? Ou o mundo passou a entendê-lo melhor a partir daí. E continua produzindo, pensando, vivendo bem e feliz com o seu trabalho e ao lado de sua família. Dos amigos, diz ele, já começou a se despedir aos 70 anos. E continua sem dar importância para as "babaquices". "O que vale é a vida inteira, cada minuto também, e acho que passei bem por ela". Passou e ainda passa. Parabéns.

8 comentários:

Anônimo disse...

Voltou mesmo, heim tsunami? Ou foi só a "segunda onda"? Daqui mesmo, por pura preguiça:

1) Como se não bastasse ser um dos arquitetos mais importantes de todos os tempos... E duro de morrer... Vou contar um de polichinelo para o seu cabedal: quando construía Brasília, JK (que também era um homem de bem) ofereceu uns "caraminguás" numa das empreiteiras, para o genial arquiteto levar uma vida "menos insalubre". O velho comuna recusou solenemente...

2) Não duvido de mais nada, vide os narco-guerrilheiros sequestradores colombianos...

3) Cê quer me conquistar mesmo, heim roqueira doidona? Já te falei que morro de medo do seu olhar lindo...

Data Vênia disse...

Patty,

Dê uma olhada no meu último post.

Abs,

DV

Anônimo disse...

Ei, Patty!

A "Casa do Baile", aqui em BH, é uma gracinha de prédio do Niemeyer da década de 40 (mais precisamente de 1943) e que foi erguido para, como o nome diz, ser uma casa para bailes, um complemento à vida noturna que começava no cassino erguido bem em frente, do outro lado da lagoa da Pampulha.

O cassino foi desativado pelos moralistas de plantão e o belo prédio virou um museu (com acervo bem sem graça, por sinal). A coitadinha da "Casa do Baile" ficou abandonada e funcionou de tudo ali, até restaurante.

Pois bem, uns anos atrás (poucos) meu marido, que é arquiteto, assumiu a direção da Casa do Baile pra tocar as obras de recuperação, supervisionadas diretamente por Niemeyer. Tudo voltou ao que era na década de 1940, com algumas modernidades (cabeamento para internet, grandes projetores, climatização etc.etc.) que permitem uma nova utilização: hoje a Casa do Baile é espaço de exposições temáticas da área de arquitetura e design.

Bem, todo esse "intróito" para contar que Niemeyer veio a BH para a reinauguração da Casa do Baile, com pompa e circuntância e muita badalação. Eu estava lá, claro!

No centro do espaço foi criado um belo painel branco, em que o mestre deveria rabiscar as linhas famosas que representam o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, um dos mais importantes do país.

Pequenino, mãos ligeiramente trêmulas, lá foi ele até o painel e rabiscou formas puras e elegantes dos principais prédios do conjunto. E aí, com um risinho safado nos lábios, assinou:
"Fora Bush!". rsrs

Não é genial?

Quem vier a Beagá tem que ir à Casa do Baile pra conhecer o prédio (e os outros do conjunto da Pampulha) e pra conhecer também o painel, que imortaliza a irreverência do mestre!

Beijão,
Luciana

Anônimo disse...

rm, essa menina é um tsunami mesmo. o mar recua e depois volta com tudo. concordo, só não acho que ela quer te conquistar, ela quer é me conquistar.. aliás, está feito. Luciana G, gostei da história. eu vou sempre a bh, passo para visitar a casa do baile, valeu a dica.

Anônimo disse...

Bom meu caro Almodóvar (rs), você chegou antes, creio que deva ter a preferência...

Mas qualquer coisa, segundão aí...

Patty Diphusa disse...

Uau, está rolando uma disputa aqui? que delícia. Adoro os dois, gente, não briguem (só um pouquinho para alimentar meu ego, que de vez em quando vai bem). LG, que história deliciosa. Quando for a BH, sem dúvida visitarei a Casa do Baile. RM, essa coisa do JK também só engrandece o cara, né? E não tenha medo do meu olhar, ele não é de nada. Tsunami voltará (com a roqueira doidona). Data, já vi no seu blog, e adorei. Bjs para todos.

Anônimo disse...

Pô,Patti, até o cara já me deu uma vantagem, daí vc chega aqui e diz que o jogo está empatado. Para com isso, menina.

Anônimo disse...

É verdade, ô rival,

Mas como ela falou que ainda está escolhendo, mudei de opinião: sai fora, ô caboclo... (rsrsrs)

Só acho que vou ter que usar óculos escuros para continuar a "paquera" e não ser fulminado por certo olhar luminoso e radiante.