dezembro 05, 2007

O imposto sobre a beleza

Gente, tudo é possível nesse mundo, inclusive achar um argentino com baixa auto-estima. E essa foi contribuição da Andarilha. Pois o escritor argentino Gonzalo Otálora está defendendo a cobrança de impostos das pessoas consideradas lindas para compensar o "sofrimento" daqueles que supostamente foram menos favorecidos pela natureza. De megafone em punho ele foi para a frente da Casa Rosada defender o direito dos feios serem feios e, se possível, lucrarem com isso. Até sugeriu ao Nestor Kirschner, quem ele considera do time que vai receber e não pagar, que adote uma lei nesse sentido. Ele tem um livro que se chama O Feio -- aí, o cara deve ser muuuito feio -- onde conta todos os problemas que enfrentou desde a infância por não ter atributos interessantes. E deve ter sofrido mesmo, porque criança é cruel. Eu imagino que ele está fazendo tudo isso para discutir uma coisa mais ampla, que é o culto à beleza na Argentina. Eu estive lá recentemente e a coisa é mesmo meio desproporcional. Se bem que esse culto é universal, não? Mas a idéia é, no mínimo, polêmica. Eu fico pensando se ela passa, o rolo que não daria de todos os lados. Qual o critério sobre quem paga e quem não paga? E se alguém acha que deve pagar -- nesse caso, deve até ter isso -- e não é tributado? Se mata? E não adianta convocar Vinícius para dizer que os feios que perdoem, mas beleza é fundamental. Fundamental e cada vez mais cara, não bastam todos os investimentos na manutenção, ainda tem de arcar com um custo maior. E se naquele mês você está duro -- como eu, em pleno dezembro -- é melhor ficar bem relaxada, não fazer unhas, cabelo, deixar os cremes de lado, tudo para escapar do imposto. Caro Gonzálo, o senhor arranjou uma briga bem boa para discutir isso, não? Infelizmente, as pessoas não abrem mão de valorizar a beleza como uma qualidade de caráter e de talento. Mas tudo bem, ainda bem que não moro em Buenos Aires como sonhei um dia, será que estrangeiro também tem de pagar?

13 comentários:

Anônimo disse...

Os argentinos sempre me surpreendem!!!rs

Difícil comentar este post...

Mas agora me bateu uma dúvida! Melhor pagar impostos e ser, digamos, interessante?? rs (certeza que o RM dará o ar da graça Patty.. ele não vai aguentar)

Tenho uma dica de leitura (inútil porém leve e engraçada naqueles dias que não queremos nada com nada): "A vida sexual da mulher feia". É pra ler sem parar e rir do começo ao fim... acho que vou mandar uma leva pros argentinos!!!

Bjs

Mara

Verbo Feminino disse...

Quando vi isso, não acreditei!

A pergunta é boa, e nós, os turistas? Na hora de carimbar o passaporte o sujeito dá uma conferida, aquele olhar de cima a baixo e tasca o preço:
- feia, entra de graça;
- mais ou menos, 300 pesos;
- bonitinha (que é aquela arrumadinha mas sem graça), 500 pesos;
- bonitona (essa não chega a ser linda, ou então foi mas não é mais), 800 pesos;
- linda, 1000 pesos;
- linda e gostosa pacas, 1500!

E o medão? Se você não pagar nadinha, adeus férias, pura deprê!

E se você estiver numa excursão ou num grupo cheio de mulheres? Todo mundo escondendo o passaporte pra vizinha não saber a carimbada que você levou. rsrs

Quer se exibir? Abre a carteira e finge que teve que desembolsar os 1500 que cobrariam da Juliana Paz ou da Gisele Bunchen. E depois ainda sai reclando :"nossa, que abusurdo, paguei um dinheirão". rsrsrs

E tem outra coisa, válida sobretudo no mundo masculino: melhor ser um feio bem interessante que um lindão bundão, né não?

Beijos!!

Anônimo disse...

Só o imposto de importação, Patty.

E prá não desapontar a Mara (nome da minha primeira namoradinha, acredita? eu com uns 9 e já sacana, ela uns 13 - sempre gostei de mulheres mais velhas, rsrsrsrsrs) não dá prá discordar do Vinícius. Mas já repararam que ele tinha uma larga "amplitude estética"? Não é que as mulheres dele (8 ou 9 oficiais) fossem feias (ou muito feias), mas não eram exatamente topmodels ou misses (prá ficar bem retrô).

Daí que "beleza é fundamental", mas "fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho".

Patty Diphusa disse...

Mara, quero ler esse livro. Luciana, é verdade, esse vai ser um sucesso de imposto, todo mundo vai querer pagar.rs. RM, afinal, o que você defendeu? Ou criticou. O imposto, o Vinícius, as mulheres do Vinicíus? bjs.

Anônimo disse...

Putz, hard rock, heim Patty?

Você vai querer que eu responda mesmo? É que ontem saí prá tomar umas e outras e não faço a menor idéia de como responder adequadamente sua indagação...

Pode ser mais de uma opção? Todas?

Aqui, mudando de assunto, uma moça chamada Mila é a sua outra metade (ou gêmea) ou eu exagerei mesmo na dose ontem?

Patty Diphusa disse...

Tudo bem, meu querido. Não precisa responder. Nem sempre precisamos responder a tudo. Mila? Do que você está falando?
Bjs

Anônimo disse...

Pensa bem, Patty, com esse imposto, as feias que se consideram feias ou são chamadas de feias nunca mais vão pisar na Argentina. Imagina logo na chegada um cobrador de impostos olha pra você e diz: feia. O mulherio vai cortar os pulsos ali mesmo. E haja Prozac, antidepressivo etc. Feia na Argentina só vai aparecer a negócios. O resto das feias vai ficar em casa assistindo Uglly Betty pra se consolar!

Reiko Miura disse...
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Reiko Miura disse...
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Reiko Miura disse...
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Reiko Miura disse...
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Reiko Miura disse...
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Raquel Moreno disse...

Jude lindo, lindo, lindo. Esse é o verdadeiro sonho de consumo!