Na semana passada, eu fui assistir a peça "Os homens são de Marte e é para lá que eu vou", com a Mônica Martelli. Muito boa, você ri quase o tempo todo. O texto flui bem, ela é ótima, o figurino é tuuuudo -- um único vestido que vai se metamorfoseando para atender as várias situações e sempre com um ótimo caimento --, enfim, um ótimo divertimento. Não gostei muito do final, tipo uma mensagem de como a persistência e a fé podem ajudar você a atingir seu objetivo. Se bem que acho que autora, a própria Mônica, tentou passar, sem muito sucesso, um lado mais de que você precisa assumir o comando de suas escolhas e não agir como se precisasse chamar a atenção em uma prateleira. A peça trata da busca desesperada de uma mulher, Fernanda, de 35 anos, que já deveria estar vivendo uma crise no casamento mas ainda está solteira. O que me chamou a atenção no teatro foi de que as mulheres riam, mas um pouco mais constrangidas, enquanto os homens gargalhavam. Também, o problema não era deles, eram só o alvo. Mas tem uma outra coisa que também ficou para mim, o papo de que as mulheres casadas não têm só bônus na renovação do seguro do carro mas padecem também muito porque vivem em uma faixa de Gaza, com um monte de solteira pipocando do lado. O pior é que é a mais pura verdade. Hoje fui ao aniversário de uma amiga e pude ver como nós, mulheres, estamos no geral cada vez mais histéricas. E quando estão buscando uma noite interessante, um parceiro, um casamento, ou qualquer encrenca, a energia parece que salta da pele, derrubando tudo, até garçons. E as poucas que estavam acompanhadas precisavam aumentar seus esforços para manter o foco do parceiro, quase como uma performance da deusa indiana Shiva, com vários braços e pernas para segurar tudo que é possível. É assustador. Meu Deus, muita calma nessa hora. E pensar positivo porque se nada der certo, como mais uma vez é dito na peça, "não era para ser". E dá-lhe florais.
setembro 26, 2007
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Um comentário:
Dureza !!!! E se vc está na faixa de Gaza fazendo malabarismos para permencer lá, imagina o que não terá de fazer a hora que sair...
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